Tempo da Criação

Que a Justiça e a Paz fluam!

Animados por uma conversão ecológica, nós, franciscanos, começamos a preparação do Tempo da Criação, que anualmente se celebra do dia 1º de Setembro até o dia de São Francisco de Assis, 4 de outubro. Desejamos criar um espírito fraterno em unidade com o Movimento Laudato Si’ que provoca todas as pessoas de boa vontade a cuidar de nossa Casa Comum.

Neste ano, o anseio divino se tornou o tema: “Que a Justiça e a Paz fluam!”. O tema é inspirado pela passagem de Amós 5,24: “Que o direito corra como a água e a justiça como rio caudaloso!” Na passagem bíblica, o profeta descreve a justiça como um rio, o que nos faz entender que a justiça não é algo estático, mas que, na medida que está em movimento, irriga todas as formas de vida.

A justiça de que o profeta Amós nos apresenta é uma outra forma de ser e estar no mundo. Para ele, o homem e a justiça veem da mesma fonte, Deus. Nesse sentido, o homem não poderia buscar a injustiça, a menos que ele tenha abandonado o caminho do Criador e semeado a morte. O mundo injusto é um mundo que abandonou a Deus, que é a fonte desse rio de justiça que banha todo o mundo.

O profeta Amós viveu em um tempo conflituoso, onde o crescimento econômico era comprovado com edifícios esplêndidos, o aumento da agricultura, indústria têxtil e tintura. “No entanto, este bem-estar oculta uma decomposição social. A sorte dos cidadãos modestos era tremendamente dura e o Estado fazia pouco ou nada para aliviá-la. Ocorriam tremendas injustiças, muitas vezes à mercê dos agiotas e de sérias calamidades (seca, pragas, falhas da colheita), que o expunham à hipoteca, à penhora dos bens e a ter que viver como escravos.

Este sistema, duro em si mesmo, piorava por causa da ambição dos ricos e comerciantes, que aproveitavam as finanças dadas aos pobres para aumentar suas riquezas e domínios; falseiam os pesos e medidas, recorriam a artifícios legais e subornavam os juízes. Como estes não se distinguiam por seu amor à justiça, a situação dos pobres tornou-se cada vez mais dura”  (DÍAZ, 1940, p. 167).

A voz do profeta ainda ecoa por um movimento capaz de buscar a justiça e a paz. No entanto, a situação do povo de Deus parece mais complexa, pois as atividades humanas de exploração da Terra têm gerado graves problemas ao povo e a nossa Casa Comum. No livro de Amós é descrito um terremoto que arrasou o povo, que segundo o autor bíblico, foi uma punição divina. Coincidentemente, hoje, os mesmos causadores de mal são os que afligem os mais vulneráveis e, assim como o tremor da terra, suas ações podemos gerar diversos eventos naturais, tais como: chuvas intensas, estiagem, deslizamento, aumento do nível do mar, desequilíbrio da vida no planeta. A ambição humana não só feriu a nossa natureza como também está ferindo toda a forma de vida.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima aponta para um aumento de 1,5 C. da temperatura da Terra e os danos aos serem confrontados com a atual situação tem mostrado que esse índice foi deveras otimista, hoje, se projeta o aumento de 2 C. nos próximos trinta anos, o que levaria a Terra a um colapso. Mas precisamos ser sujeitos de fé, mulheres e homens de esperança, capazes de fazer germinar a vida por onde levarmos o anúncio da Boa Nova. Assim, queremos fazer gerar um tempo novo e transformar a nossa fé em profetismo.

Por isso, nós, franciscanos, te convidamos a se unir ao Papa Francisco para buscar a justiça e a paz, com atividades em sua comunidade, casa ou em projetos pessoais. Prepare uma atividade (Celebração, formação, defesa do meio ambiente, cuidado com os pobres…) e compartilhe conosco, juntos podemos fazer a diferença.

Matéria por franciscanos.org
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