SER CRISTÃO É SER FIEL AO EVANGELHO
A paz de Jesus não é a paz que o mundo oferece: “eu não vim trazer a paz que o mundo vos dá, a injustiça, a violência, o egoísmo, a falta de amor e a mentira”, segundo o Apóstolo Paulo aos Efésios 2,14. Para alcançar a paz de Jesus é preciso uma guerra contra o mal, contra a mentira, a desigualdade e a traição. É necessário iluminar as trevas com a luz de Cristo e clarear a mentira com a verdade da fé.
O cristão não pode ser neutro, passivo ou ausente, mas tem que ser profeta da verdade, apóstolo do Evangelho e da Boa Nova, por palavras e atitudes. Ter uma fé comprometida com o necessitado, com o carente, com aquele que não tem voz e nem o necessário para viver dignamente. O Evangelho é vida! Como o próprio Cristo se define: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.”
Jesus é o profeta que não se cala, assim como foram todos os profetas: João Batista, Isaías e hoje, na primeira leitura da liturgia deste domingo, Jeremias. O profeta não se cala diante das injustiças, das imoralidades, da fome e das necessidades. Jesus, o maior dos profetas, teve um final semelhante a todos os profetas que o antecederam: a morte. Na história do mundo sempre houve profetas, assim como hoje. Pelo Sacramento do Batismo, somos ungidos para sermos: reis, sacerdotes e profetas. Temos a missão sagrada: de anunciar a Boa Nova do Evangelho e denunciar o pecado.
Meditando os textos bíblicos da nossa liturgia de hoje: o profeta Jeremias 38; a Carta de Paulo aos Hebreus 12 e o Evangelho de Lucas 12, poderíamos nos perguntar, que tipo de Igreja somos hoje? Que tipo de cristãos somos nós? Somos realmente profetas? Por que tantos abandonam a religião? Somos católicos realmente ou apenas de nome? Por que é mais fácil trocar de religião do que de um time de futebol? Seria a nossa falta de testemunho de fé?
Os primeiros cristãos assim eram reconhecidos: “vejam como eles se amam”. Vejam como eles são alegres e felizes. Como eles se respeitam. São verdadeiramente irmãos. Esta era a nossa igreja primitiva: todos se respeitavam e se amavam porque alimentavam da fé viva e vivida nos gestos e atitudes. Esta é verdadeira Paz que nos leva ao Pai. Senhor, fazei de mim instrumento de vosso Paz.
Frei Sergio Pagan