Reflexão do Evangelho

A FÉ TEM PODER

O Evangelho de Marcos 1, 40-45 de hoje relata o breve diálogo de fé entre Cristo e o leproso, que é concluído com a cura deste por Jesus. O leproso do Evangelho suplica de joelhos a Jesus com uma frase em que confessa a sua fé: “Senhor, se quiseres podes curar-me”. Jesus cheio de compaixão e de admiração pela fé do leproso diz: “quero, fica curado”. O doente é reintegrado na comunidade, da qual a sua doença o separava. Tema este que vemos igualmente na primeira leitura em Levíticos no capítulo 13.

O último critério e definitivo para conhecer um cristão de fé é ver como se relaciona com Deus na dor e no sofrimento. A fé como diálogo com Deus e não como monólogo egocêntrico. A revolta e o fechamento diante do sofrimento tornam a dor maior, porque a cura deve acontecer em primeiro lugar no espírito. Deus no momento da dor se faz presente se houver fé e amor.

O diálogo de uma fé madura realiza-se com Deus, através da oração e da meditação, que devem ser, também, revisão de vida. É evidente que o caminho para uma fé madura envolve crises e dificuldades. A falta do testemunho vivo na conduta familiar e profissional por parte de quem se diz crente e cristão evidencia a crise de fé. As dúvidas e dívidas com Deus e com os irmãos são atitudes de uma fé imatura. A fé requer coerência no diálogo entre a oração e a ação.

A dúvida de fé é compreensível na passagem para uma fé mais madura e menos alienante. É normal a dúvida, dado que a fé não está no campo das evidências palpáveis do mundo e sim do peregrino que se coloca a caminho em busca da luz, como fizeram os Magos do Oriente. A certeza da fé se dá na busca e não na evidência de quem diz ter encontrado. Porque é uma experiência pessoal. A fé do outro é um caminho já percorrido que devo percorrê-lo, como os pastores de Belém ou os discípulos de Emaús.

Mas como superar a dúvida da fé? Primeiro, através de uma absoluta confiança em Deus e na sua fidelidade, sem nunca romper o diálogo com Ele. Pois Ele nunca abandonará o seu filho na dor ou no sofrimento. Em segundo lugar, pela oração: eu creio Senhor, mas aumentai a minha fé. E em terceiro lugar, abrindo-se comunitariamente aos outros para que os irmãos te ajudem a carregar a cruz.

Seguindo o teu exemplo, Senhor, dá-nos um coração sensível, pelos que sofrem e vivem todas as crises e dificuldades da fé. Que saibamos viver a dor, na cura interior, na busca do Senhor. Eu quero ser curado Senhor. Eu creio, mas aumentai a minha Fé.

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