Reflexão do Evangelho

O PODER DA AUTORIDADE

A autoridade é divina e brota do carisma. Jesus ensina com autoridade. Nossos pais e avós falavam com autoridade e por isso eram respeitados e amados pelo exemplo e não apenas por palavras. A autoridade tem poder, mas o poder não tem autoridade. O poder é transitório por ser humano, mas a autoridade é permanente e inerente por ser de origem divina.

A palavra deste domingo mostra-nos a saga bíblica do profetismo desde Moisés e dos profetas que falavam em nome de Deus com autoridade divina. Jesus ensina com autoridade própria no Evangelho de hoje, em Marcos 1: 21: “cala-te e sai desse homem”. Segundo os discípulos: Jesus fala com autoridade e até os espíritos obedecem. A cena do Evangelho de hoje desenrola-se na Sinagoga de Cafarnaum, onde Jesus cura um possesso. Todos se maravilhavam com sua doutrina, pois falava com autoridade.

A autoridade vem de dentro, vem do carisma, é inerente à pessoa.  O poder dá-se e tira-se pela força, pela influência política ou econômica. O poder abre muitas portas, decide e manda, mas escraviza. A autoridade serve: “eu vim para servir e não ser servido”, diz o Senhor. O poder exige ser servido, para se manter no poder. Sempre deseja ocupar o primeiro lugar. “Quem deseja ser o primeiro, seja aquele que serve”, diz o Senhor.

A autoridade é carisma, é pessoal e diferente por ser divina e não apenas humana. Quando perguntam a Jesus: “com que autoridade fazes isto?” Cristo remete precisamente para o testemunho das suas obras e não de suas palavras. Essas obras dão força à sua autoridade. Por isso Jesus realiza milagres, curas e em especial perdoa. No perdão está a força da autoridade, porque é um gesto de amor. No poder não existe amor, apenas força.

Portanto, a autoridade está nas atitudes e obras. Pelos frutos se conhece a árvore. A graça de Deus pressupõe a natureza humana e não a destrói, mas aperfeiçoa. Por isso a maturidade da fé requer maturidade humana. Ser cristão adulto exige maturidade: de palavras acompanhadas de atitudes e de gestos, em síntese, requer autoridade.

O critério último e definitivo para conhecer um cristão de fé madura é ver como se relaciona com Deus, se vive a sua fé como diálogo e não como monólogo egocêntrico. A autoridade é deixar-se guiar por Deus e não se servir de Deus para suas necessidades e problemas, que seria o egocêntrico: Deus está para me servir e não eu para servir a Deus. Estou servindo ao Senhor ou aos deuses do mundo: poder e glória? Aqui estou para servir-te Senhor. Segundo Maria: “eis aqui tua serva, Senhor”.

Frei Sergio Pagan

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