OS CONVIDADOS
Neste 28º Domingo do Tempo Comum Jesus nos conta mais uma parábola. É a 3ª dirigida diretamente aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo. Elas foram motivadas pela acusação que eles fazem a Jesus de usurpar a autoridade e o direito que lhes pertencia no templo, pelo fato de ter expulsado os vendilhões, derrubado as mesas dos cambistas e ainda ensinar no próprio templo.
A parábola tem por finalidade, então, desmascarar a farsa religiosa desses latifundiários e exploradores do templo, que se negam a uma mudança de vida, cegos diante das propostas inovadoras de João Batista e perseguidores e acusadores inveterados do próprio Jesus.
Jesus também não tem poucas palavras. Interroga-os e mostra-lhes o quanto estão fechados diante da novidade que ele é e, religiosos como dizem ser, não fazem uma justa e apropriada leitura do que está acontecendo. Convidados que são, até frequentemente, se negam a mudar de vida e a perceber a grandeza do Reino dos céus anunciado por Jesus.
De qualquer forma, a festa está sempre preparada, na concepção de Jesus. Sua missão é a de convidar para a festa. Quando os convidados de primeira mão não aceitam, ele não desanima. A festa tem que acontecer. Deus é sempre festeiro. Ele chama, então, todos os das encruzilhadas, bons e maus, os não considerados pela Lei, pela religião e pela condição social. Mas cada convidado deve ter a fineza de perceber que a festa também tem exigências: a veste da festa. Essas vestes podem ser os sinais de conversão, de alegria, de comunhão e de gratidão pelo convite. Até os maus precisam dessa veste. É o sinal da vida nova. Da mudança para o caminho do bem.
O convite de Jesus a todos os que estão nas encruzilhadas não deixa de ser inaudito. Mesmo rejeitado, Jesus é agregador, fazedor de festa, a festa do Reino. É o convite que faz a todos nós da mesma forma.
É assim que Jesus abre no coração de quem não continha acesso à festa uma nova esperança e deixa de lado os fartos e mesquinhos donos da verdade que somente eles pensam ter sobre os outros e sobre Deus.
Frei Salésio Hillesheim
