Reflexão do Evangelho

A BONDADE DE DEUS

           O tema de hoje é o patrão generoso em Mateus 20, 1-16 e no Profeta Isaías 55, 6-9 que proclama que a generosidade se dá no perdão. A generosidade e o perdão não se dão por nossos méritos, mas pela grandeza e bondade do Pai. Deus é Bom. A bondade de Deus não tem limites. Os limites são humanos. A justiça estabelece limites pelas leis. O Senhor está acima da lei. Somos livres quando vivemos a lei do amor, na sua generosidade e bondade.

O texto do evangelho narra que o patrão contrata operários para a colheita da vinha, pela manhã, ao meio-dia, à tarde e ao final do dia. Todos recebem o mesmo pagamento, conforme havia sido combinado. Mas os que trabalham mais horas reclamaram porque queriam receber mais. O patrão responde que pagou conforme o que prometera a cada um.

A narrativa da parábola da colheita da vinha é facilmente inteligível, mas não compreensível aos olhos do mundo. A justiça divina difere da justiça dos homens. Enquanto a justiça dos homens é regida pelas leis, a Justiça de Deus se dá pela misericórdia e pela bondade.  Assim age Deus, dando lugar a todos no reino da salvação, sem distinção de pessoas e nem o momento de cada um. A Igreja deveria, igualmente, em primeiro lugar, ter a justiça divina, ou seja, a misericórdia.

Jesus proclama a gratuidade de Deus, que é bondade e misericórdia, frente à religião do mérito que os fariseus ontem ou hoje criticam e excluem as pessoas por uma falsa moral pessoal. São incapazes de assumirem conceitos como perdão e amor, fechando o caminho de Deus para os pecadores e ignorantes, quando não, para os  pobres e excluídos.

A vida cristã não se pode estruturar sobre a contabilidade de haver/dever em relação a Deus, mas sobre o seu dom e a sua graça que nos precede sempre. Além disso, é absurdo que um filho pense que o seu pai ou sua mãe lhes deva algo, só porque fez algo que eles pediram. A mãe jamais cobrará de seu filho o tempo que o carregou em seu ventre e pelo fato de tê-lo amamentado, porque o fez por amor. Assim é Deus! Ele é justo com todos e se dá por amor a todos. Seu amor é gratuito.

Examinemos hoje a nossa motivação religiosa: nosso amor é gratuito a Deus e aos irmãos? Ou esperamos recompensas da comunidade? A recompensa de quem se doa é divina e não humana. Se o amor for interesseiro não terá valor diante de Deus e nem o tornará feliz, porque o amor não seria verdadeiro. Amar é se doar na gratuidade da generosidade. O amor supera a justiça, a lei e a obrigação, porque se dá na gratuidade da generosidade de quem ama.

 

Frei Sergio Pagan

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