A transfiguração é sinal da Ressurreição!
O Evangelho proclamado neste domingo (Mt 17,1-9) é o mesmo Evangelho do segundo domingo da Quaresma. No caso deste Domingo, o foco da liturgia é a Festa da Transfiguração. O texto sagrado tem a finalidade de apresentar, aos discípulos escolhidos por Jesus (Pedro, Tiago e João), o Cristo glorificado no alto do Monte Tabor. Os discípulos eleitos foram testemunhas oculares da experiência, que nos dá um facho de luz sobre a Ressurreição de Cristo, que ocorreria após o seu sofrimento na condenação e morte na cruz.
O alto monte é sempre colocado na Sagrada Escritura, como lugar mais próximo de Deus. Lá, os discípulos tiveram diante dos olhos um insight do que o Cristo seria, depois da morte. Esta antecipação do que ocorreria após a sua Ressurreição, porém, não foi bem entendida pelos discípulos, que imediatamente sugeriram a edificação de três tendas, na tentativa de perpetuar aquela experiência do Cristo glorioso no meio de Moisés (Lei) e Elias (Profetas).
Nós também podemos passar por situações semelhantes. A transfiguração (mudança de figura, metamorfose) pode acontecer conosco, cada vez que a gente passa por momentos de mudança de vida, na resiliência de nossa experiência cristã. Tais mudanças podem ser equiparadas à experiência do que sentimos no alto de uma montanha, da impressão que temos ao mirar um pôr do sol. Num lapso do tempo cronológico, nos sentimos integrados ao ambiente que contemplamos, esquecendo até mesmo de nosso cansaço, nossas limitações. Contudo, estes momentos não são perpétuos, como gostaríamos que fossem. Fazemos a experiência de Deus na montanha (transfiguração), que nos alimenta para suportar aqueles momentos de cruzes, de dor, de sofrimento, graças ao Espírito do Senhor que nos ilumina e nos guia na seara de nossa caminhada humana, cristã e comunitária.
Neste primeiro domingo de agosto, rezemos pelas vocações sacerdotais, para que nossos presbíteros sejam transfigurados em cada Eucaristia que presidem, sendo testemunhas do Ressuscitado no ministério que exercem ao povo de Deus!
Frei Ivo Müller