Reflexão do Evangelho

DEUS ESPERA!

Passando certa vez pela Polônia, na cidade do Papa João Paulo II, junto à casa em que ele vivia com seus familiares, há uma Igreja. Da janela de seu quarto pode-se ler na parede da igreja, esta frase: “O tempo passa, mas Deus espera”. Este pensamento marcou a minha viagem de peregrinação pelo Leste Europeu. Deus espera. Deus tem paciência.

A conduta de Deus contrasta com a habitual atitude do ser humano, a intolerância e a impaciência, assim como, o desânimo e o derrotismo. A parábola que refletiremos é a “parábola do joio e do trigo”. Segundo os fariseus, somente os puros podiam constituir comunidades de aliança com Deus. Realidade ainda presente hoje em muitas comunidades de aliança. Jesus pelo contrário ia ao encontro dos pecadores e admitia os publicanos em sua companhia.

Jesus dizia: a paciência de Deus aguarda que a colheita fique madura para fazer a separação do trigo e do joio no juízo final e não agora. Há que se esperar que a colheita amadureça, pouco a pouco. Aguardar sem julgamentos: “não julgueis para não serem julgados”, diz o Senhor. E deixar Deus agir quando chegar a hora! Existe tempo de plantar e de colher, que pertencem ao Senhor. Paciência com o pecador.

Estamos, pois, perante uma parábola de acento escatológico, como no caso da sementeira da palavra do reino. A ceifa é uma imagem clássica do juízo final. Vemos igualmente de maneira clara no livro da Sabedoria, os atributos de Deus: justiça e misericórdia, poder e moderação indulgente. É a manifestação do Deus Criador e do Deus Salvador.

O Semeador é Deus e as sementes são os filhos de Deus, enquanto o maligno semeia a joio, que são os filhos da perdição. Os ceifeiros são os anjos. O trigo é o alimento; a Eucaristia, a força do Espírito Santo; enquanto o joio é o pecado, que é destinado à fornalha ardente. Onde haverá choro e ranger de dentes, na clássica descrição da terminologia apocalíptica.

A lição de compreensão e tolerância que se depreende do Evangelho no seu conjunto, da parábola do joio e do trigo em especial é destinada a todos, pois somos exigentes demais perante as falhas alheias. Só não as vemos nos amigos e nas pessoas que amamos ou necessitamos delas. É bom recordar que o mal e o bem, não estão apenas fora de nós, mas também dentro do nosso coração. Ninguém é tão bom que não tenha algo de joio, e nem tão maligno que não tenha trigo. Todos precisamos de conversão: “quem não tem pecado, atire a primeira pedra”.  Em suma: “Só Deus é bom”.

Frei Sergio Pagan

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