Reflexão do Evangelho

A SABEDORIA DOS SIMPLES

Estamos diante de um dos mais belos textos de Mateus que relata a oração de louvor de Jesus: “Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos simples” (Mateus 11,25). O texto começa com o louvor ao Pai e termina com um chamamento à libertação: “meu jugo é suave e meu fardo é leve”. E conclui a oração: “Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado”. O anúncio nos fala do amor do Pai e sua presença constante e paterna.

Como Jesus mesmo reconhece, que ele não foi entendido e aceito pelos sábios e instruídos do seu tempo, como os doutores da lei e os sacerdotes do templo, mas pelos humildes e pagãos. Deus não se manifesta na sabedoria humana, mas na humildade do simples. Quanto mais se conhecia a lei judaica, mais difícil era aceitar a presença e a boa nova de Jesus.

Jesus prossegue dizendo: “vinde a Mim, todos vós que andais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei”. Jesus se define como manso e humilde de coração. De coração aberto acolhe a todos que precisarem encontrar repouso e paz. O que mais precisamos? Sermos humildes e aceitarmos os desígnios de Deus! Deixarmos para que Deus se manifeste em nós para realizarmos a nossa missão de filhos, como Jesus realizou, em nome do Pai.

A sabedoria e a ciência de Deus revelam-se em Jesus que se manifesta manso e humilde de coração. A sua cruz gloriosa é escândalo e loucura para os sábios e poderosos deste mundo, mas bênção e libertação para os seus seguidores, guiados pelo Espírito. A religião cristã, o seguimento de Cristo, não é imposição, não é um jugo, mas uma escolha que os filhos amados fazem para servir ao Pai.

Para ver a Deus há de ter os olhos de Deus, quer dizer, os olhos da fé. E para ser de Cristo é preciso ter o Espírito de Cristo, que ressuscitou Jesus de entre os mortos. Precisamos ter um olhar limpo, como reza uma das Bem-aventuranças: “Ditosos são os puros de coração, porque verão a Deus”.

“Ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho O quiser revelar”. Por isso mesmo, não é o mais sábio, aquele que mais conhece teologia e Bíblia, nem aquele que pertence a uma elite consagrada, que tem mais fé. Muitos dos grandes santos nunca estudaram teologia ou eram considerados sábios pela sociedade e, no entanto, se tornaram modelos de santidade, como São Francisco e Santa Clara. Ou nos dias de hoje Santa Teresa de Calcutá e Santa Dulce da Bahia. A santidade está na Fé traduzida em atitudes simples de caridade e de amor.

Frei Sergio Pagan 

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