DE GRAÇA
Neste 11º Domingo do Tempo Comum o Evangelista Mateus nos fala da atitude de Jesus diante das multidões e como ele determina tarefas e responsabilidades aos discípulos que ele chamou.
Ele mesmo é movido pela situação das multidões. Cansadas e abatidas necessitam de vigor, de socorro, de corações abertos que se façam próximos delas. É o seu coração que se move. Sua sintonia o impulsiona. A necessidade das multidões o leva a agir.
Sua primeira ação é a de chamar, de convocar trabalhadores, já que a messe é grande. A tarefa exige um corpo, um serviço conjunto. Trata-se de ir ao encontro das pessoas em sua totalidade: espírito e corpo. O mal deve ser banido em todas as suas formas: espíritos maus e todo tipo de doença.
Não está na escolha dos trabalhadores outro horizonte a não ser o da ajuda, da redenção, da libertação, da vida nova que as ovelhas que não têm pastor devem experimentar.
Sabiamente, Jesus também delimita os espaços de trabalho dos chamados e enviados. Devem ir primeiramente às ovelhas perdidas da casa de Israel. Enfrentar pagãos e samaritanos pode ser um desafio demasiadamente grande para quem inicia uma missão. Mas, a marca da missão é a gratuidade: “De graça recebestes, de graça deveis dar”!
É assim que Jesus insere os seus discípulos diretamente nos problemas e situações do mundo, das pessoas. Devem ir ao encontro das chagas, das feridas, dos males, das misérias de cada ser humano. São missionários generosos, associados à obra de redenção daquele que chama e envia, com o coração tão compassivo e com os olhos tão abertos quanto os dele.
Questão que fica para cada um de nós: como nos vemos hoje dentro deste quadro de miséria humana, tão sem pastor ou pastores, como no tempo de Jesus?
Frei Salésio Hillesheim