A transfiguração é narrada pelos três evangelistas: Mateus 17, Marcos 9 e Lucas 9. Este belo episódio ocorre no alto do Monte Tabor. Os personagens deste cenário: Pedro, Tiago e João. Eles vislumbram Jesus, cheio de luz, com Moisés e Elias. Hoje veremos a narrativa de Lucas: diante desta bela visão, Pedro exclama: “Mestre, como é bom estarmos aqui”.
Transfiguração significa que o “Filho amado pelo Pai” revela que na paixão e morte na cruz se concretizará a Páscoa. A salvação passa pela cruz e pela morte, da qual ninguém escapará. Mas Jesus para fortalecê-los na fé, aparece como seremos na glória: luz e graça! Onde não mais haverá dor e sofrimentos, mas paz e amor: “é bom estarmos aqui”.
Jesus revela que o mistério do Reino passa pela cruz, pela oração e pelo encontro a sós com o Pai. Somente pela oração, no encontro pessoal com Deus, encontramos o verdadeiro sentido da vida e a alegria de viver. Encontramos o sentido da cruz e vencemos o desânimo e a tristeza que nos levam ao afastamento de Deus que seria o pecado.
Na cruz, encontramos o sentido da vida! A cruz nos purifica de nosso orgulho e vaidade. A cruz traz a humildade! A cruz é a chave do Reino. Cada pessoa que encontrarmos em nosso caminho, será a nossa cruz. Assim como seremos a cruz para elas. Haverá muitos tipos de cruz: pesadas ou leves; bonitas ou feias, grandes ou pequenas. As cruzes serão distintas de acordo com o amor com que as carregaremos.
A força e o alimento para carregarmos as nossas cruzes estão na oração. Orar não é falar com Deus, mas ouvir o que Ele tem a nos dizer. Escutar Deus requer silêncio. Será uma oração de escuta: “Senhor, o que queres de mim, o que queres que eu faça?” É colocar-se no silêncio interior e repetir as palavras de Pedro no Monte Tabor: “Como é bom estarmos aqui e aqui faremos a nossa morada”.
Assim como Pedro sentiu-se no céu, diante da transfiguração, Paulo na Carta aos Filipenses 3,20 declara: “somos cidadãos do céu”. Estamos de passagem! Cristo transformará o nosso corpo perecível, num corpo glorioso e eterno. Seremos semelhantes a Ele: transfigurados e o Pai nos dirá: “Este é o meu filho amado”
.Frei Sergio Pagan
