O compromisso que nos faz livres

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Jesus tomou a firme decisão de partir para Jerusalém (Lc 9,51). Ele sabia o que lhe esperava e por isso precisou de firmeza para seguir em frente com sua missão. Sem esta firmeza certamente iria recuar diante das primeiras dificuldades como, por exemplo, a não acolhida dos samaritanos. Se não estivesse firme em seu propósito, Jesus cederia à tentação proposta por Tiago e João de resolver aquela contrariedade à base da força e do poder, dizimando aqueles que se negaram a acolher o Filho de Deus. No entanto, livre e firme em seu propósito, Jesus passou adiante, sem se lamentar.

A firmeza do Mestre lhe conferia liberdade, aquela a que São Paulo se refere quando diz: “É para liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1). Liberdade que se traduz em desapego da parte de quem não tem onde repousar a cabeça (Lc 9,58). E de fato não teve. Na cruz, o Mestre ficou com a cabeça pendida, sem poder sequer recostá-la no madeiro, impedido pela coroa de espinhos que lhe feria a carne e penetrava-lhe o crânio. Sem firme decisão, esta entrega não aconteceria. Jesus foi muito firme para ser totalmente livre.

É a esta firmeza que Jesus nos chama. A firmeza de quem coloca a mão no arado e segue em frente, ainda que o esforço tenha de ser grande. Na lógica de Jesus, só se liberta de verdade quem se compromete por inteiro com o projeto do Reino que Ele veio anunciar. No entanto, Deus é paciente e misericordioso. Conhece profundamente nosso coração e sabe de nossas fraquezas e instabilidades. O mais importante é não perdermos de vista a firmeza e o comprometimento do Mestre, mesmo nos trancos e barrancos de nossa frágil existência. E, assim, na medida em que conseguirmos cada vez mais nos comprometer com Ele, mais livres, felizes e completos seremos.

 

Frei Gustavo Medella

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