A palavra de hoje é: ir ao encontro daquele que se perdeu, ou, eu o perdi. Restabelecer o elo da unidade para que a seiva do amor restabeleça a vida. Se necessário corrigir, podar, como se faz na vinha, para produzir mais. Porque corrigir é amar, quando se faz por amor e com amor. O perdão não se dá apenas na interioridade, mas requer a atitude do encontro e do diálogo, na humildade de quem perdoa e é perdoado, do ofendido e do ofensor.
Sair e ir ao encontro da ovelha perdida é dar oportunidade de trazer à vida novamente, sem porquês, sem julgamentos e se necessário for carregar nos ombros, aquela que se perdera, porque ela também pertence ao rebanho. O amor não marginaliza e sobretudo não exclui.
A misericórdia divina é uma constante bíblica, de toda a história da salvação humana, pela morte de Jesus na cruz, pelos nossos pecados. O ápice da misericórdia se dá em Cristo Ressuscitado, rosto misericordioso de Deus. A misericórdia se faz presente nos momentos difíceis: Moisés a encontrou no deserto ao conduzir o povo à Terra Prometida. Paulo Apóstolo, em sua Carta a Timóteo, proclama a misericórdia e a compaixão de Deus pelo seu povo.
Os Evangelhos são repletos de parábolas sobre a misericórdia divina. É uma constante nas homílias de Jesus: falar da paixão, da compaixão e da misericórdia. Jesus não apenas proclama o perdão, Ele vai ao encontro do pecador e da pecadora, do perdido e do caído e carrega nos ombros a ovelha perdida ou abre os braços ao filho que retorna à casa arrependido.
Só realmente é feliz quem é capaz de se reconciliar consigo e com o próximo, abrindo os braços ou oferecendo os ombros como o bom Samaritano. Perdoar é dar vida. Negar o perdão, a misericórdia, é matar na alma e no coração. É impossibilitar que a seiva do amor possa renascer e ressuscitar o ofendido e o ofensor, pedindo ou oferecendo o perdão.
A Bíblia, celebrada neste mês de setembro, é a mais bela Carta de Amor, escrita por Deus para nós, seus filhos amados.
Frei Sergio Pagan