Estamos iniciando setembro, mês da Bíblia. Com alegria vivemos este tempo especial de encontro com a Palavra viva de Deus. No último dia de agosto iniciamos, na Liturgia diária, a leitura do Evangelista Lucas, sábio narrador dos passos vivos do Libertador Jesus. Na síntese de sua missão, de seu caminho e de sua encarnação do rosto terno, apaixonado e misericordioso de Deus, Jesus dirá, usando as palavras do Profeta Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para anunciar aos aprisionados a libertação, aos cegos a recuperação da vista, para pôr em liberdade os oprimidos e para anuncia um ano de graça do Senhor” (Lc 4,18-19). E, no versículo 21 do mesmo capítulo dirá: “Hoje se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir”.
Nada melhor do que viver o mês de setembro sob o prisma do Libertador, quando tão facilmente nos fazemos escravos de nós mesmos, dos outros, das coisas e de nossas convicções ou imagens falsas. Saber que o Senhor, o Libertador, passa também por nossos caminhos, nossas encruzilhadas, casas, desencontros, em nossa perdição e em nosso ser possuído pelas amarras para impor sobre nós suas mãos, para nos abraçar e acolher, pôr-nos de pé e fazer-nos caminhar, enviando-nos para usar dos mesmos gestos seus para curar, resgatar, dar vida e humanizar.
A Comissão bíblico-catequética da CNBB nos propôs também um lema para este mês da Bíblia: “Permanecei no amor, para dar muitos frutos” (cf. Jo, 15,8-9). Poderíamos também dizer, só a aproximação de Jesus nos fará livres. Sua palavra somente poderá nos libertar e fazer-nos descobrir que somos filhos e filhas amados de nosso Deus e Pai.
O Senhor da Palavra toque nossos corações e nos liberte a cada dia para não sermos possuídos pelos males que impedem a verdadeira construção do Reino do amor, da justiça, da verdade e da paz.
Frei Salésio Hillesheim
