FILHO, TU ESTARÁS SEMPRE COMIGO!

            Hoje celebramos a parábola do filho pródigo: o filho que abandona a casa e depois de perder tudo, se arrepende e retorna ao lar. Vamos analisar o processo de ida e volta: uma situação humana do realizar e se arrepender. A história do filho pródigo é um resumo da história da salvação e uma síntese da história pessoal de cada um.

            A misericórdia de Deus é, portanto, a mensagem central da parábola que tem três partes bem distintas. A primeira parte: corresponde ao filho mais novo que deixa sua casa, fracassa nos seus sonhos e retorna arrependido. A segunda parte: se trata do filho mais velho que reclama com o pai pelo retorno do irmão e não o aceita de volta, preocupado com a herança. A terceira parte: o pai que ouve a história de cada um e os acolhe em suas diferenças.

            A história do filho pródigo é narrada por Lucas, no capítulo 15 de seu evangelho, e tem como destinatários os fariseus e mestres da lei que O criticavam, por acolher os pecadores arrependidos ou os desprezados da sociedade. Os fariseus seriam o irmão mais velho que não aceita o retorno do irmão pecador arrependido. Nessa história seríamos quem? O filho mais velho, o perfeito que se acha o dono da verdade, preocupado com a herança e com os bens materiais? Ou seríamos o filho mais novo que errou, se arrependeu e pediu perdão? Ou o pai que os acolhe de braços abertos, sem perguntas ou julgamentos?

            Assim é o Pai misericordioso. Assim é o amor de mãe e de pai misericordioso. Como quando os avós que acolhem os filhos que retornam para casa, depois de perderem tudo ou de se separarem. Mas nem sempre os filhos e netos acolhem os pais e os avós na velhice.

            Ter um coração misericordioso passa a ser a penitência da quaresma. Viver o verdadeiro perdão nos liberta e nos purifica dos males do corpo e, em especial, da alma. Ser maior que o pecado é acolher o pecador arrependido de braços abertos, como o Pai da Misericórdia que proclama: “filho, tu estarás sempre comigo”.

                        Acolher o pecador arrependido não é um gesto apenas humano, é divino. É perdoando que se recebe o perdão de Deus! Assim rezamos a oração que o Senhor nos ensinou: “Pai, perdoai assim como nós perdoamos”. Somos realmente capazes de perdoar? Sem perdão não há quaresma, não há jejum ou penitência e não haverá Páscoa.

Frei Sergio Pagan

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