Imaculada Conceição de Nossa Senhora
“Ave, Maria, cheia de graça!” Graça é graxa! É óleo, unguento, pomada que envolve, protege, lubrifica e cura. Não deixa perecer, enferrujar ou adoecer. O ventre de Maria foi este ambiente de graça onde o Verbo Divino encontrou o lugar propício para crescer e se desenvolver em sua humanidade. Coube à bondade criativa e caritativa do Pai preparar, pela graça, ambiente saudável e propício para que o Filho viesse a nós. Envolta em graça, Maria oferece-se graciosamente como co-participante da primeira hora no projeto da salvação.
Maria não foi Imaculada porque buscou se isolar dos desafios da vida, preservando-se de qualquer possível contaminação. Ao contrário, sentiu-se tão protegida e envolta pela graça de Deus que se lançou com coragem diante de cada dor e dificuldade na certeza de que, agraciada que era, seria, para todos, porta de acesso à cura e à salvação manifestadas em Jesus Cristo.
Celebrar a Imaculada Conceição de Maria é trazer para a vida concreta a coragem de sentir-se protegido por Deus nas situações mais desafiantes. É renovar a disposição de colocar-se com disponibilidade a serviço daqueles que não têm com quem contar, cujo coração tem perecido diante de tantos sinais de dor e desesperança que, infelizmente, têm se multiplicado em nossos dias.
Precisamos, como Maria, nutrir a fé e a certeza de que o Senhor também escolheu habitar em nós e, assim, termos a ousadia de rezar, com Maria, a auspiciosa constatação do Livro do Eclesiástico: “Aquele que me criou descansou no meu tabernáculo” (Eclo 24,11).
Frei Gustavo Medella