6º Domingo do Tempo Comum

“AMAI-VOS COMO EU VOS AMEI”

            A nossa primeira leitura de hoje é extraída do Livro do Eclesiástico, um livro sapiencial do Antigo Testamento. O tema central deste texto do Eclesiástico 15, 16 é a liberdade de escolha diante da vontade de Deus. A escolha é nossa! É sábio quem sabe escolher. A escolha certa nos tornam livres e amados por Deus. A escolha errada nos tornam escravos de nós mesmos e infelizes. Seria a autossuficiência.

O Evangelho continua o pensamento do Livro do Eclesiástico, falando da Lei do Amor Ágape: amor sem medida, sem porquês, sem cobranças legais, do amor entrega e do Amor doação: “amai-vos como eu vos amei”, diz o Senhor. O amor que gera vida, que transforma o humano em divino. A sabedoria da lei está na autoridade divina e não poder humano. Assim como a graça e o pecado não estão no ato, mas na atitude, porque nasce no coração. A intenção e o coração determinam o pecado e não apenas o ato, o fato ou acontecimento.

A nova lei de Cristo é o amor, que é a plenitude da lei. O espírito da lei sobrepõe à letra. O próprio Cristo esclarece:” não penseis que vim abolir a lei e os profetas, não vim revogar, mas completar”, Ele veio dar o verdadeiro sentido que ultrapassa o legalismo da letra, e coloca o assento no livre-arbítrio do amor. O mundo com suas leis exige a obrigação e Deus o coração. Servir por amor. Porque amar e perdoar são atitudes de quem é livre. O livro Eclesiástico nos apresenta o livre-arbítrio do ser humano e o amor e a fidelidade de Deus.

Paulo em sua primeira Carta à jovem Comunidade de Corinto nos fala da sabedoria misteriosa de Deus, que está na Palavra do Senhor, mas não na letra, e sim na vivência da fé encarnada na caridade. Segundo Paulo a sabedoria dos poderosos deste mundo está na lei, mas para o Senhor, está no servir por amor. “Eu vim para servir para que todos tenham vida”, diz o Senhor. Mas, não como escravos e sim como filhos libertos da escravidão por amor.

Enquanto a lei mosaica do Antigo Testamento teve um papel importante pedagógico, para preparar o povo de Deus para a Fé, o Evangelho, tem uma função pedagógica do cristão para o Amor.             A nova lei de Cristo, não está baseada apenas no cumprimento de leis e preceitos, mas na vivência do Amor. O Amor é a plenitude da lei. A lei de Deus e a lei da Igreja passam a terem sentido, quando a vivemos por amor a Deus e à Igreja que acreditamos pela Fé encarnada. A radicalidade da lei de Jesus é a dinâmica progressiva do amor sem limites e nem fronteiras para amar.

 

 

Frei Sergio Pagan

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