2º Domingo do Advento

TEMPO DE CONVERSÃO

A conversão aos valores do Reino de Deus requer preparar o caminho do Senhor. Não basta a confissão ou o reconhecimento dos pecados, é necessário também a conversão. É necessário mudar de caminho, de rumo e de direção, em busca de novos valores evangélicos: de libertação pessoal e social, de atitudes de misericórdia e compaixão, de abertura e acolhimento.

De acordo com a liturgia deste segundo domingo do Advento, a condição para a libertação é a conversão na pregação de João Batista, a voz do deserto. A voz que veio preparar o caminho do Senhor. No deserto João Batista encontrou o essencial para ouvir a Deus: o silêncio. Porque é muito difícil falar e ouvir a Deus na agitação, no barulho, nas intrigas e disputas pelos bens materiais ou não essenciais da vida.

Preparar o caminho do Senhor se torna cada vez mais difícil, porque em nosso meio, o deserto da descrença e da apatia religiosa expande-se com soberania. Contudo a espiritualidade peregrina, como caminho de libertação messiânica, tem de estar sempre presente no caminhar à pátria definitiva.  Este caminhar requer sempre a conversão para o deserto interior: o cuidado com a vida.

No advento somos peregrinos. Peregrinos no deserto da vida. Não se pode parar no oásis do passado, mas temos que caminhar em busca do Messias nas águas do rio Jordão. Junto às águas do rio Jordão, João encontrou o Salvador, o Cordeiro que tira o pecado do mundo.

O Advento que estamos vivendo nos recorda quais são os valores essenciais do Evangelho: conversão, vigilância, oração e silêncio interior à espera do Messias. O Senhor procura por portas abertas para entrar e fazer morada. Tempo de Advento é tempo de preparar a casa, a família, o coração para um novo tempo: de reconciliação, de união e de busca da paz interior.

Precisamos de um novo Francisco de Assis que neste tempo de Natal, 800 anos atrás, Francisco preparava o seu presépio para vivenciar a simplicidade e a pequenez do Menino Jesus.  Buscava a conversão da vaidade, do orgulho, da soberba, da ira, da impaciência, através da oração e do silêncio diante da manjedoura ainda vazia à espera do Messias, tendo ao lado José e Maria. Sim, estamos como os pastores à espera da estrela de Belém ou João Batista no rio Jordão?

O mais importante para que o Natal aconteça é a conversão pessoal, a mudança de coração, de mentalidade e de comportamento. Para se ter um futuro melhor e um Natal feliz, devemos abrir as portas para a reconciliação, sendo misericordiosos na busca da paz. Só é possível viver um Natal Feliz estando em paz consigo mesmo e com todos os que estiverem em nosso caminho. É tempo de Advento. É tempo de conversão.

Frei Sergio Pagan

Share on facebook
Share on twitter
Share on telegram
Share on whatsapp
Share on email
Share on print