2º domingo da Quaresma

A GLÓRIA NA TRANSFIGURAÇÃO

             Estamos no segundo domingo da Quaresma. O tema central do Evangelho é a transfiguração: prenúncio da ressurreição.  O evangelista Marcos, dá-nos uma magnífica visão teológica de Cristo ressuscitado, pela transfiguração. Diante desta belíssima cena, Pedro proclama: “Senhor, como é bom estarmos aqui”. Pedro se sente na glória da eternidade. Mas Jesus convida Pedro e seus companheiros a descerem montanhas e voltarem à realidade humana.

Jesus chegará à glória da ressurreição, mas não sem antes ter passado, pela prova suprema de sua paixão e morte. “Deus não poupou o seu próprio Filho, mas o entregou à morte por nós”, segundo o Apóstolo Paulo, em sua Carta aos Romanos. Do mesmo modo o Patriarca Abraão, por indicação de Deus, estava disposto a sacrificar o seu próprio filho Isaac, segundo o livro do Gênesis, texto da primeira leitura da liturgia de hoje. Deus põe à prova nossa fé.

A prova do cristão segue o molde da prova de Abraão, modelo de fé. Assim como colocou o seu Filho e todos os profetas. A fé não está isenta de risco, como se vê na história de Abraão e seu filho Isaac. A fé cristã não consiste em depositar a nossa confiança na segurança deste mundo. Achar que ao batizar o seu filho ele estará seguro da dor e do sofrimento do mundo.

“A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera”, segundo a Carta de Paulo aos Hebreus. A fé se dá na busca contínua. Exige sacrifícios, como subir a montanha sagrada para orar na solidão e no vazio interior. É um encontro consigo mesmo na dor do Monte das Oliveiras e na transfiguração do Monte Tabor. A ressurreição pressupõe a cruz da qual ninguém poderá escapar.

Às vezes a tentação do desânimo ronda-nos e somos assaltados pela dúvida de renunciar o prazer do mundo e tomar a cruz e seguir Jesus. A glória da montanha da transfiguração vem depois de subir o monte calvário carregando a cruz da salvação. A fé é a busca daquilo que não se vê, mas se acredita.

Conceda-me Senhor ir ao teu encontro na montanha sagrada e deixar os caminhos que me afastaram de Ti. Conceda-me vislumbrar a tua luz e ter a certeza que ao carregar a minha cruz estou em teu caminho. Conceda-me a fé para te ver em meus irmãos que te buscam ou sofrem por terem abandonado a cruz. Conceda-me forças para subir a montanha sagrada na busca de tua luz. Amém.

Frei Sergio Pagan

Share on facebook
Share on twitter
Share on telegram
Share on whatsapp
Share on email
Share on print