1º Domingo da Quaresma

QUARESMA

A figura de Jesus no deserto abre a Quaresma, iniciada na Quarta-Feira de Cinzas. Cheio do Espírito Santo, Jesus após receber o Batismo no rio Jordão e, durante quarenta dias, é guiado pelo Espírito através do deserto. O relato do Evangelho de Marcos 4, 1-11: as tentações de Jesus no deserto é uma composição bíblico-teológica, cujo centro é o diálogo de Jesus com o satanás. Esse episódio é descrito pelos três evangelhos sinóticos: Mateus, Marcos e Lucas.

A revelação contida na passagem das tentações pode sintetizar-se nestes três pontos: 1º- Jesus é tentado no início de sua missão apostólica. 2º – o tema das tentações refere-se à sua identidade e funções messiânicas. 3º- Jesus vence as tentações através do jejum, oração e a caridade, fidelidade à vontade de Deus.

O paralelismo divergente que insinuam a primeira leitura: Gênesis 2,7 e a segunda leitura a Carta de Paulo aos Romanos 5,12, descrevem o contraste do velho: Adão e do novo homem: Jesus. Adão que vivia no paraíso, onde tinha tudo que desejava, mas queria mais e Jesus que estava no deserto, nada tinha e nada desejava.

O deserto é situação humana e cenário de prova, mais do que lugar geográfico, é a vida de cada ser humano. Vivemos em busca de algo que nunca alcançamos, porque sempre buscamos algo para além de nós mesmos, mas não percebemos que somos tudo o precisamos. O que realmente nos faz felizes é o que somos e não o que temos.

Algumas tentações do cristão hoje: 1º – o consumismo desmedido do ter, gastar e possuir, em suma, o materialismo. 2º – a busca de uma religião utilitarista, interesseira e milagrosa, em suma, abuso do sagrado. 3º- a busca de ídolos humanos, modelos milagrosos: na religião, na política, no esporte, seja pela beleza transitória, seja pelo poder financeiro ou da fama. São as tentações do deserto do mundo atual.

Algumas recomendações de jejum de nosso Papa Francisco para essa Quaresma: 1º – o jejum de palavras negativas e dizer palavras positivas e bondosas. 2º- o jejum de descontentamento e críticas; e encher-se de gratidão e agradecimento pelo dom da vida. 3º – o jejum da raiva, ressentimento e ódio, e encher-se de mansidão, silêncio interior e paciência. 4º- o jejum do pessimismo e encher-se de esperança, alegria e otimismo. Precisamos de conversão para vermos o deserto interior florescer.

 Frei Sergio Pagan

 

Share on facebook
Share on twitter
Share on telegram
Share on whatsapp
Share on email
Share on print