Um Deus que se relaciona, que se manifesta, que ama e é amado

 

O mistério da Santíssima Trindade vem-nos dizer ainda que Deus não é um ser fechado sobre si mesmo, mas um Deus, sempre usando linguagem humana, aberto, dialogante, que se relaciona, que se manifesta, que ama e é amado, que age, cria, recria, quer ser procurado e deixa-se encontrar. Na frase do Evangelho de hoje: “O Espírito Santo vos transmitirá toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas de tudo aquilo que terá ouvido” (v. 13), temos, de alguma maneira, esse relacionamento entre as Pessoas divinas e das Pessoas divinas com as criaturas. O Espírito Santo transmitirá o que ouviu do Pai, fará os discípulos compreenderem o que Jesus ensinou. Não esqueçamos que ‘ouvir’ e ‘escutar’ em João tem mais o significado de ‘vivenciar’. O Espírito Santo, então, transmite-nos a vida que vive a Trindade e ensina-nos como viver também nós em comunhão com Deus. De novo, a grande verdade trazida por Jesus: formamos uma coisa só com Deus (Jo 17,21).

Entre as coisas que o Espírito Santo deverá esclarecer aos discípulos estão “as coisas futuras” (v. 13). Essas coisas são a paixão, morte e ressurreição de Jesus que deveriam acontecer em breve. Fatos que uma inteligência humana, sozinha, não consegue entender. Estão também as consequências desses fatos: mundo novo, vida nova, nova presença de Deus entre as criaturas, novo relacionamento entre o céu e a terra e, de modo especial, a graça da inabitação divina na criatura humana e a inaudita graça da nossa “participação da natureza divina” (2Pd 1,4), de nosso destino de perene comunhão com a Santíssima Trindade.

 

Frei Clarêncio Neotti

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