É bonito ver como na Última Ceia Jesus procura consolar e animar os Apóstolos. A eles diz: “Não se perturbe o vosso coração” (v. 1). Repete a mesma frase em 14,27. Mas o grande consolo está na promessa: “Voltarei novamente” (v. 3). Jesus a repete em 14,18; 14,28 e 16,22. Nas primeiras comunidades cristãs, que não tinham visto Jesus com os olhos, a esperança de sua volta imediata era intensa. Havia gente que a esperava com impaciência (2Ts 2,1-3). Aos poucos, foram percebendo que Jesus não falava de uma volta com seu corpo físico, mas falava de sua volta na morte de cada discípulo. Porque na hora de nossa morte, Jesus virá ao nosso encontro pessoalmente. Vê-lo-emos face a face. Será pela mão de Jesus que entraremos no céu. Ele virá para nos julgar com misericórdia e justiça. Professamos essa fé/esperança no Credo.
Assim
como Jesus cumpriu a promessa de enviar o Espírito Santo, cumprirá a de
retornar para que, onde ele estiver, possamos estar também nós (v. 3). Essa
esperança consoladora nós a renovamos em todas as missas quando, depois
do Pai-Nosso, pedimos que, “ajudados por vossa misericórdia, sejamos protegidos
de todos os perigos, enquanto aguardamos a vinda gloriosa do Cristo Salvador”.
Isso não é um ideal talvez alcançável. É uma certeza consoladora que Jesus nos
deixou. Ele e nós temos o mesmo destino na terra (12,26; 15,18) e no céu
(17,24).
Frei Clarêncio Neotti