Carta ao meu amigo Zé

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4º Domingo do Advento

Salve, Zé! Nosso bom José! Rapaz, mesmo quietinho, meio cismado – fazendo lembrar o jeito mineiro de ser – ficou importante “demais da conta”! Olha só que “responsa” o Homem lá de cima botou em sua mão… Eu sei que você é humilde e não gosta muito desse negócio de elogio… Fica até constrangido quando se lembra de sua “parentagem” importante do passado, que vem lá do tal do Rei Davi. Mas o que é verdade precisa ser dito.

Você foi demais! Primeiro, você foi discreto e caridoso diante do susto que levou quando soube que Maria estava grávida. O Filho não era seu. Só você sabe quantos pensamentos passaram pela sua cabeça. Mesmo assim você foi grande, foi sábio… Nada de escândalo, nada de revolta, nada de precipitação. Decidiu deixar a moça em segredo para não complicar a vida de ninguém (Mt 1,19).

Depois, você acreditou no seu sonho! Você amava Maria e queria estar junto dela. Por isso manteve-se atento aos desígnios do Senhor. Quando os anjos lhe explicaram o porquê de tanta “confusão”, você mudou de ideia e não foi teimoso. Assumiu Maria, o Menino e todo o Projeto de Deus para a vida de vocês e do mundo (Mt 1,24), à custa de muito sufoco que vocês passaram juntos.

Por essas e outras, caro Zé, eu sou seu fã, e não só eu. No Brasil, de acordo com o IBGE, 5,7 milhões de filhos tiveram seu nome escolhido pelos pais: uma multidão de Zé! É verdade que existe uma turma meio “metida a besta”, que pensa que a gente simples é “capacho”, que usa seu nome para se referir ao pobre lançando mão de termos como “Zé Povinho”, “Zé ninguém” e outros ainda mais desaforados. E o pior é que essa gente agora está vindo com força total, agindo na calada da noite para pisar ainda mais naqueles que já têm pouco, tudo com a desculpa de que não tem dinheiro. Dinheiro tem, Zé, – e eu digo a você em segredo -, é só olhar nos “bolsos” dos ricos. Mas depois a gente conversa melhor sobre isso.

Por hoje, neste 4º Domingo do Advento, pertinho da hora de seu Menino nascer, só quero deixar o meu abraço! Muito agradecido, mesmo, de coração, por não ter sido egoísta, por tem pensado muito mais em Deus e nos outros do que em você! Tudo de Bom e recomendações a Maria e ao Pequeno Jesus que está para chegar.

 

Frei Gustavo Medella

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