Entramos na segunda fase da Quaresma, os 3º, 4º e 5º Domingos são caracterizados pela presença de Evangelhos próprios para cada ciclo, que incidem sobre um aspecto específico do Caminho Quaresmal:
· No ano A, uma Iluminação Batismal;
· No ano C, a Misericórdia de Deus e a nossa Conversão;
· Neste ano B, o Mistério Pascal de Jesus Cristo.
Neste domingo, indiretamente Jesus quer afirmar: Eu sou o verdadeiro templo. Assegura com isso, mais que a purificação do templo de Jerusalém, sua superação. É uma maneira diferente de anunciar o fim definitivo do santuário. Seus oponentes, especialmente os mais interessados, compreenderão isso, e essa acusação virá mais tarde à luz no julgamento perante o Sinédrio. A frase “o zelo pela tua casa me devora” terá não só um sentido moral, mas também físico: levará Jesus à morte. Após a ressurreição, os discípulos se lembrarão da cena e entenderão que quando ele disse “templo”, ele se referia a si mesmo.
Jesus se manifesta como “lugar” privilegiado de encontro com Deus: o rosto humano de Deus. Nem Jerusalém, nem Garizin, nem qualquer outro lugar sagrado poderá abrigar o Deus de Jesus. Desse ponto de vista, os templos feitos por mãos humanas para esse fim, perderão seu significado. O universo inteiro será o templo material. Deus entre, a agitação da vida, no coração do ser humano. O amor solidário servirá de sinal para saber que se estabeleceu uma relação com o Senhor.
Frei Luiz Henrique F. de Aquino, OFM
