Uma resposta dada mais com as ações do que com as palavras

 

“Senhor, quem sois vós? E quem sou eu?” São Francisco trazia esta pergunta no coração como um refrão orante sempre repetido a partir de dentro. O santo sabia que a resposta a estas indagações brotaria no mais profundo do seu coração e que seria uma construção a ser erguida dia após dia, “pedra por pedra”. Tinha convicção de que respondê-la não era questão apenas do uso acertado de palavras, mas de uma postura a ser cultivada na perseverança, a ponto de conformá-lo cada vez mais ao Senhor.

Dirigindo-se a seus seguidores mais próximos, perguntando primeiro “Quem dizem os homens que eu sou?”, e, sem seguida, “E vós, quem dizeis que eu sou?”, certamente Jesus não pretendia fazer uma sondagem sobre sua popularidade como se estivesse preocupado com o que os outros estariam pensando sobre ele. Também não parece que o Mestre desejasse promover uma prova oral a fim de conceder uma nota de 0 a 10 para compor o ranking de seus melhores alunos.

O foco da pergunta não era Jesus, mas os discípulos. Seu desejo, tudo indica, era chamar a atenção deles sobre a natureza processual do discipulado, realidade diante da qual as possíveis respostas precisam ser revisadas no decorrer da caminhada. Nesta direção, torna-se muito inspiradora uma prece que faz parte da Oração das Vésperas da Liturgia das Horas, que diz assim: “Fazei com que todos aqueles que se dedicam à busca da verdade possam encontrá-la, – e, encontrando-a, se esforcem por buscá-la sempre mais”.

Mais uma vez recorrendo à sabedoria franciscana, deste 12º Domingo do Tempo Comum, podemos levar como lição a frase proferida pelo Seráfico Pai a seus confrades pouco antes de sua partida deste mundo: “Irmãos, comecemos, porque até agora pouco ou nada fizemos”.

 

Frei Gustavo Medella

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