Reflexão do Evangelho

O evangelho deste domingo apresenta Jesus ensinando os discípulos, enquanto atravessam a Galileia. O ensinamento versa sobre sua morte na cruz. É seu anúncio de fim trágico, a que suas opções o levam. Já falara sobre isso em outro momento. O mesmo evangelho, lembra que os próprios discípulos, não entendem nada do que Jesus lhes ensina. E silenciam. Mas o silêncio deles revela a dificuldade de conversar, inclusive, sobre o tipo de morte pela qual Jesus iria passar ou sobre as opções de Jesus. É como se a sorte de Jesus nãos lhes interessasse. Estão, sim, preocupados consigo mesmos. E é lá no fundo do coração que eles são pegos de surpresa, quando Jesus lhes pergunta sobre o que estavam conversando no caminho.

Uma vez que ficam em silêncio, o próprio Jesus lhe dirá qual o caminho verdadeiro do discípulo era completamente diferente do caminho sobre o qual eles tinham discutido. A discussão deles não se conectavam com o caminho da vida, da alegria e da doação, mas com um caminho de egoísmo, de morte e de vantagens.

Assim, o silêncio deles revelava que eles não tinham aprendido quase nada ainda do jeito de ser do mestre. A criança que Jesus toma nos braços representa, justamente, a maneira despretensiosa com a qual eles devem segui-lo. É isso que eles precisam aprender.

Vindo para nós, precisamos constantemente aprender o caminho apontado a nós por Jesus. Esta é a nossa luta. Não conseguiremos entender a morte de Jesus enquanto não assumirmos também uma dinâmica de entrega e de serviço. Também não conseguiremos saber o que significa seguir Jesus, ser discípulos dele, sem essa escolha básica e fundamental pelo que é último e pelos que são os últimos.

É questionante que ninguém neste mundo brigue pelo último lugar. É pelos primeiros lugares que brigamos. Nossa mania de grandeza, de sermos os primeiros, Jesus não admite em ninguém de nós, pois ela gera ciúmes, vaidades, disputas e não ajuda, serviço e amor. A doença do primeiro lugar gera desavenças, discórdias, desentendimentos e concorrência ilegal. Jamais constrói irmãos, fraternidade, comunidade. Isso só se realiza quando a opção é pelo último lugar.

Frei Salésio Hillesheim

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