Reflexão do Evangelho

REAVIVAR A ESPERANÇA

Estamos chegando ao final de mais um ano litúrgico. Ao longo dele celebramos sempre a vitória do Ressuscitado que caminha com seus discípulos e age por eles e com eles dentro de uma realidade cósmica e humana conturbada. Iluminados pela Palavra do Ressuscitado que se torna presente e transformadora nos que a ouvem e a põem em prática, os tropeços da vida, as adversidades de toda ordem, os crimes e loucuras dos homens e mulheres avessos à graça e vida de Deus, serão sempre desafio e provocação para os que compreendem que a história de Deus acontece dentro de todas as formas de contradições humanas e dentro de todos os imprevistos e surpresas do cosmos.

Assim, mesmo onde Deus parece ausente, o discípulo de Jesus entenderá que na caducidade do mundo e nas contingências humanas, há motivos suficientes para lutar e razões mais que evidentes para alimentar sonhos. O Senhor não está alheio a nada. É presente em todas as circunstâncias e situações para encorajar, caminhar junto e fazer acreditar que um novo cosmos e uma nova maneira de viver humanamente é possível.

O Papa Francisco ao propor para o Ano Jubilar de 2025 o tema “Peregrinos de Esperança”, tem em mente toda a realidade desafiadora para os cristãos de hoje. O mundo está em guerra; os interesses financeiros e de poder, o descuido com toda a criação e o desrespeito a milhões de seres humanos é mais do que evidente; a constatação de que estamos caminhando para um fim gera passividade e desânimo. Mas está aí aquilo que não pode amordaçar nossos sentidos e nossa intuição: a Esperança. É ela que nos faz perceber, entre escombros e destruição, que onde se fazem presentes o amor, o cuidado, a dedicação, a misericórdia, o perdão, a prática da Palavra que vem do coração bondoso e misericordioso de Jesus, a vitória da vida, a superação dos conflitos e a restauração do mundo se concretizam.

Também é Jesus quem nos convoca à esperança: “Quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Filho do Homem está próximo, às portas”. E sua Palavra não passará. Estruturar-se-á em nós e gerará em nós forças para, com ele, construir o novo céu e a nova terra, sempre desejados por ele e queridos e sonhados por todos nós.

    

Frei Salésio Hillesheim

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