Reflexão do Evangelho

O PÃO NOSSO DE CADA DIA

Em cada Missa celebramos a “multiplicação dos pães”. Cristo dá-se como pão da vida para saciar a fome da comunidade. Cristo se faz alimento, não apenas para o corpo perecível, mas alimento para a vida eterna: “quem comer deste pão, viverá para sempre”.

Hoje, lemos na liturgia o Evangelho de João 6,1-15: a multiplicação dos pães, dentro do discurso sobre “o ser pão da vida”. A multiplicação dos pães é o único milagre de Jesus narrado pelos quatro evangelistas. Mas é no evangelho de João que, além da narrativa histórica, ele faz a interpretação teológica: “ser pão da vida”.

A multiplicação dos pães é um dos grandes sinais da revelação de Jesus que encontramos no quarto evangelho. João qualifica os milagres de Jesus, com o termo: “sinal”. João repete por dezessete vezes essa expressão para narrar os milagres de Jesus. O evangelista apresenta Jesus como o pão vivo descido do céu e o pão eucarístico que dá a vida eterna a quem o recebe com Fé.

Celebrar a Eucaristia é um convite a proporcionar sinais de unidade, de fé e de amor. Também hoje as pessoas têm fome, e não só do pão material; fome de amor, fome de presença, fome de dignidade, de solidariedade, de paz, de justiça e de respeito humano.

Multiplicar hoje o pão, supõe o milagre de amar. Multiplicar o pão é saber partilhar. É ter atitude e gesto de solidariedade e não apenas de palavras bonitas, mas sem ação. Se o Maná foi o alimento no deserto para os hebreus que Deus enviou, hoje Deus envia o seu próprio Filho, o Cristo Eucarístico.

Eucaristia significa comunhão, unidade e partilha. Quem está em comunhão é capaz de partilhar o pão do amor, do perdão e da solidariedade. A Eucaristia é para todos, sem distinção de raça, classe ou pessoas, mas se faz necessário estar em unidade e em comunhão de Fé. “Eu vim para que todos sejam um e tenham vida eterna”, diz o Senhor.

Frei Sergio Pagan

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