Quaresma de São Miguel e de São Francisco

Como surgiu a Quaresma de São Miguel Arcanjo?

O Arcanjo Miguel já era con­siderado pelos Hebreus como o príncipe dos anjos, protetor do povo eleito, símbolo da potente assistência divina para com Israel. O Antigo Testamento, ao menos três vezes ressalta a figura de Miguel: no livro de Daniel (Dn 10,13. 21; 12,1), onde ele é mostrado como o defensor do povo hebraico e o chefe supremo do exército celeste que se coloca ao lado dos fracos e dos perseguidos.

Quem é como Deus?
O próprio nome de São Miguel é uma demonstração de fidelidade e de humildade.

A partir do dia 15 de agosto, dia da Assunção de Nossa Senhora, começaremos a rezar a devoção da Quaresma de São Miguel. As devoções devem nos ajudar a viver melhor a nossa fé e o nosso relacionamento com Deus. Esse é o primeiro motivo pelo qual devo ter e rezar as santas devoções e para interceder pelas minhas causas e pelas causas de meus irmãos. Uma devoção sadia nunca ocupa o lugar das práticas essenciais de nossa fé, como participar da Eucaristia Dominical, Santos Sacramentos, a leitura da Palavra e a prática da Caridade. O maior fruto das nossas devoções é ter um coração cada vez mais aberto para Deus e para os irmãos.

Quando São Francisco começou …a Quaresma de São Miguel Arcanjo?

Uma tradição franciscana, a Quaresma a São Miguel Arcanjo é um tempo especial de oração e penitência. Tem início, com a Festa da Assunção de Nossa Senhora 15 de agosto, e termina no dia 28 de setembro, véspera da festa aos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael dia 29 de setembro.

São Francisco foi um santo que, na sua vida mortal procurava nutrir muito sua alma, para não esfriar o seu amor por Jesus, com um espírito de oração e sacrifício muito grande. Para tanto, ele realizava, por ano, três quaresmas, além de outro período de jejum e oração em honra da Mãe de Deus, pela qual tinha um doce e especial amor, que ia da festa de São Pedro e São Paulo Apóstolos à festa da Assunção de Nossa Senhora. Foi de um modo muito especial que, na Quaresma de São Miguel Arcanjo, Deus coroou Francisco de graças abundantes, dentre elas a de marcá-lo em seu corpo, pelo profundo desejo de imitar ao seu Filho Jesus Cristo, com os sinais de sua Paixão. Todas essas quaresmas eram realizadas no Monte Alverne. (Alverne: “verna” vem de “vernare”, verbo utilizado por Dante e que significa “fazer frio”; gela.)

São Miguel, sobretudo, a quem cabe o papel de introduzir as almas no paraíso, era objetivo de uma devoção especial, em razão do desejo que tinha o santo de salvar a todos os homens. Era do conhecimento de Francisco a autoridade e o auxílio que o Arcanjo Miguel tem em exercício das almas, em salvá-las no último instante da vida e o poder de ir ao purgatório retirá-las de lá.

Esse era o principal motivo pelo qual Francisco realizava sua quaresma e isso nos é relatado na legenda Terusiana no número 93 de sua biografia, na qual o santo vai dizer no ano de 1224, ano em visita ao eremitério: “Para honra de Deus, da bem-aventurada Virgem Maria e de São Miguel, Príncipe dos Anjos e das almas, quero fazer aqui uma quaresma”.

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede o nosso refúgio contra as maldades e ciladas do demônio. Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos, e vós, príncipe da milícia celeste, pela virtude divina, precipitai no inferno a satanás e aos outros espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amém.Rogai por nós, santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.Amém.

História da Quaresma de São Miguel Arcanjo

por Moacir Beggo

As Fontes Franciscanas relatam que entre 15 de agosto e 29 de setembro, Francisco de Assis dirige-se ao Monte Alverne com Frei Leão e Frei Rufino a fim de fazer uma quaresma de oração e jejum em honra de São Miguel. Na proximidade de 14 de setembro, festa da Exaltação da Santa Cruz, Francisco tem a visão do Serafim Alado e Crucificado e recebe os estigmas.

A Quaresma a São Miguel Arcanjo é um tempo especial de oração e penitência. Tem início, com a Festa da Assunção de Nossa Senhora em 15 de agosto e termina no dia 28 de setembro, véspera da festa em honra aos Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael.

Segundo o Dicionário Franciscano, a existência de anjos não é problema para Francisco, que, enraizado na fé do seu tempo, familiariza-se com a ideia da existência desses seres: são irmãos atuantes no serviço de Deus, companheiros de jornada, auxílio nas dificuldades, e a eles se une por meio de vínculo amoroso.

O espírito de oração e sacrifício em São Francisco era muito grande. Tanto que realizava por ano três quaresmas – todas elas no Alverne – além de outro período de jejum e oração em honra da Mãe de Deus pela qual tinha doce e especial amor, que ia da festa de São Pedro e São Paulo até a festa da Assunção. Francisco manifesta predileção pela Porciúncula, “Santa Maria dos Anjos”, sabendo, por experiência própria, que aquele lugar era frequentemente visitado pelos anjos. Segundo o Pai Seráfico, eles são exemplos de pureza.

São Boaventura diz em sua Legenda Maior, capítulo 9, parágrafo 3 dos Escritos biográficos de São Francisco: “Um vínculo de amor indissolúvel unia-o aos anjos cujo maravilhoso ardor o punha em êxtase diante de Deus e inflamava as almas dos eleitos”. Segundo o Dicionário ainda, o rosto de Francisco morto é comparado à beleza dos semblantes angelicais.

São Miguel, sobretudo, a quem cabe o papel de introduzir as almas no paraíso, era objetivo de uma devoção especial, em razão do desejo que tinha o santo de salvar a todos os homens. Era do conhecimento de Francisco a autoridade e o auxílio que o Arcanjo Miguel tem em exercício das almas em salvá-las no último instante da vida e o poder de ir ao purgatório retirá-las de lá.

Esse era o principal motivo pelo qual Francisco realizava sua quaresma e isso é relatado na legenda Terusiana (número 93) de sua biografia, na qual o santo vai dizer no ano de 1224, ano em que recebeu os Estigmas no Monte Alverne: “Para honra de Deus, da bem-aventurada Virgem Maria e de São Miguel, Príncipe dos Anjos e das almas, quero fazer aqui uma quaresma”.

O Anônimo Perusino, outra biografia de São Francisco ligada mais aos seus primeiros companheiros, refere-se ainda a outro evento marcante que São Francisco associava à Festa de São Miguel. Conta que, depois da aprovação da Regra pelo Papa, quando contava ainda com poucos irmãos, o bem-aventurado Francisco mandou que duas vezes por ano houvesse capítulo, em Pentecostes e na festa de São Miguel, no mês de setembro.

A devoção de São Francisco a São Miguel Arcanjo nasce no contexto da Idade Média. O principal ponto de difusão desta devoção era o Santuário de Monte Sant’Angelo de Gargano, às vezes chamado simplesmente de Monte Gargano, no município de Monte Sant’Angelo, na província de Foggia, no norte de Apúlia. Ali, segundo a tradição, São Miguel teria aparecido em uma gruta pedindo que o local fosse consagrado ao culto cristão.

Acredita-se que São Francisco tenha visitado este santuário em 1216, mas, conforme a tradição, o Santo de Assis não teria entrado na gruta por não se sentir digno. Teria rezado somente na entrada da Igreja, beijado o chão e traçado o sinal da cruz em uma pedra em forma de “T” (Tau). Ainda hoje, ao lado esquerdo da entrada da caverna, existe um altar erguido em honra a São Francisco e em memória desta peregrinação.

O franciscanismo das Fontes Franciscanas move-se nesse clima de fé professado pela Igreja com respeito à existência e à pura espiritualidade dos anjos. “Mas a maior parte dos teólogos reforça a fé tradicional acerca da sua existência como puros espíritos, que se relacionam com os homens; evidenciando sobretudo a sua relação com Cristo, a quem tudo é submetido, em relação ao mistério da salvação, de que são colaboradores. É sob este prisma que se desenvolve a devoção de Francisco aos arcanjos, como companheiros no caminho da salvação”.

Dia 29 de setembro: Festa de São Miguel, São Gabriel e São Rafael
Fonte: http://www.franciscanos.org.br/?p=117589


A devoção de São Francisco a São Miguel Arcanjo

São Francisco nutria uma grande devoção por São Miguel Arcanjo. Tanto nos escritos deixados por ele quanto nas biografias escritas após sua morte, os traços desta religiosidade estão presentes.

A Exortação ao Louvor de Deus, escrita pelo próprio São Francisco em uma tábua que servia de piso do altar em seu eremitério, termina bendizendo a Santíssima Trindade e pedindo a proteção do Príncipe da Milícia Celeste com a jaculatória “São Miguel arcanjo, defendei-nos no combate!”. A antífona do Oficio da Paixão também expressa esta devoção especial: “Santa Virgem Maria… roga por nós, com São Miguel Arcanjo, e com todas as virtudes celestes e com todos os santos…”.

A Festa de São Miguel era tão particular para São Francisco que, em preparação a esta data, dedicava uma “quaresma”, isto é, quarenta dias de retiro. Conta Tomás de Celano, um de seus primeiros biógrafos, que o santo “muitas vezes dizia que devemos honrar de maneira toda especial o bem-aventurado Miguel, porque é o encarregado de representar as almas. Pois em honra de São Miguel, fazia uma quaresma de jejuns desde a festa da Assunção até o seu dia. E dizia que, “em honra de tão importante príncipe, dever-se-ia oferecer a Deus algum louvor ou algum dom especial””(2Cel 27).

Foi exatamente numa destas quaresmas em honra do Arcanjo, precisamente no ano de 1224, que São Francisco recebeu as estimas no Monte Alverne. Narra a Legenda Maior (XIII,5) que, “tendo chegado também a festa de São Miguel Arcanjo, Francisco, o homem angélico, desceu do monte. Trazia consigo a imagem do Crucificado, não gravada à mão em tábuas de pedra ou de madeira, com artifícios, mas escrita nos membros da carne pelo dedo de Deus vivo”.

O Anônimo Perusino, outra biografia de São Francisco ligada mais aos seus primeiros companheiros, refere-se ainda a outro evento marcante que São Francisco associava à Festa de São Miguel. Conta que, depois da aprovação da Regra pelo Papa, quando contava ainda com poucos irmãos, o bem-aventurado Francisco mandou que duas vezes por ano houvesse capítulo, em Pentecostes e na festa de São Miguel, no mês de setembro.

A devoção de São Francisco a São Miguel Arcanjo nasce no contexto da idade Média. O principal ponto de difusão desta devoção era o Santuário de Monte Sant’Angelo de Gargano, situado a leste da Península Itálica. Ali, segundo a tradição, São Miguel teria aparecido em uma gruta pedindo que o local fosse consagrado ao culto cristão.

Acredita-se que São Francisco tenha visitado este santuário em 1216, mas, conforme a tradição, o Santo de Assis não teria entrado na gruta por não se sentir digno. Teria rezado somente na entrada da Igreja, beijado o chão e traçado o sinal da cruz em uma pedra em forma de “T” (Tau). Ainda hoje, ao lado esquerdo da entrada da caverna, existe um altar erguido em honra a São Francisco e em memória desta peregrinação.

Fonte: http://www.ofmsantoantonio.org/?p=4365

https://www.porciunculaniteroi.com.br/oracoes/quaresma-de-sao-miguel-arcanjo

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