Papa Francisco: 50 anos de sacerdócio dedicados ao povo e à Igreja

Ocupando há seis anos a Cátedra de Pedro, o padre jesuíta de origem argentina, hábitos simples e predileção pelos pobres completa, nesta sexta-feira, 13, 50 anos de sacerdócio. Ordenado pelas mãos de Dom Ramón José Castellano, Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, demonstra, desde o início de seu pontificado, preocupação e cuidado com a vida sacerdotal do clero.

Por meio de documentos, audiências, visitas, viagens, discursos, mensagens e homilias, o Santo Padre anima o ministério e orienta a vida dos presbíteros católicos e dos vocacionados. Sobre o sacerdócio, em 2014, o Pontífice alertou para a falsa visão de quem o considera uma profissão. “Isso não faz bem à Igreja. Estejam atentos a não cair nisso!”, frisou na época. No mesmo ano, o Papa chamou atenção dos presbíteros para o acolhimento, característica que deve ser encontrada no sacerdócio.

Também em 2014, durante encontro com sacerdotes da Diocese de Cassano, no sul da Itália, Francisco compartilhou a alegria de ser padre: “Uma surpresa sempre nova de ter sido chamado pelo Senhor Jesus a segui-Lo, estar com Ele, ir com os outros levando Ele, sua palavra e seu perdão…”. Aos sacerdotes, o Santo Padre pediu a vivência da ‘beleza da fraternidade’ e alertou para a cultura do egocentrismo e do individualismo pastoral que assola muitas dioceses.

“Apóstolos da alegria” é o que devem ser os sacerdotes, de acordo com o Santo Padre. O Pontífice alertou que não é normal que um padre seja frequentemente triste, nervoso ou duro de caráter. “Não está bem e não faz bem, nem ao padre, nem a seu povo. Nós, sacerdotes, somos apóstolos da alegria, anunciamos o Evangelho, a ‘boa nova’”.

Em 2015, Francisco afirmou que um padre jamais pode perder suas raízes ou esquecer onde Cristo o chamou. Aos formadores, presentes nos seminários, o Pontífice destacou que nunca podem esquecer que cada padre tem uma história pessoal que deve ser considerada na hora da formação. “Ele [presbítero] é um homem do povo e da cultura que o geraram”, afirmou. De acordo com o Santo Padre, as raízes ajudam os sacerdotes a recordarem quem são e onde Cristo os chamou.

A relação com Cristo é construída por meio da oração e o fruto mais maduro desta prática é sempre a caridade, sublinhou o Papa aos seminaristas. Em 2016, o Pontífice afirmou que é importante que os futuros sacerdotes entendam que pertencer a Cristo significa ir ao encontro dos excluídos e marginalizados, experimentar a beleza da fraternidade, e ser canal do amor de Deus com humildade e inteligência. “Não é importante a quantidade das vocações sacerdotais, mas a sua qualidade e formação”, reforçou.

A juventude e o presbítero

O entusiasmo dos primeiros projetos e a ânsia das fatigas apostólicas dos jovens padres também já foi tema do discurso do Santo Padre durante plenária, em 2017, da Congregação para o Clero, do Vaticano. Na ocasião, Francisco afirmou que Deus olha os novos presbíteros com a ternura de Pai e não deixa os seus passos vacilar.

“Aos olhos de Deus vocês são importantes e Ele sabe que estão à altura da missão à qual os chamou. Como é importante que os sacerdotes jovens encontrem párocos e bispos que os incentivem nesta perspectiva e não somente os esperem porque é preciso mudar e preencher os lugares vazios!”, afirmou.

A formação sacerdotal fez parte do discurso do Papa aos participantes do Congresso Internacional de 2017, promovido pela Congregação para o Clero. Na ocasião, o Pontífice afirmou: “A formação é determinante para a missão da Igreja; a renovação da fé e o futuro das vocações só será possível se tivermos padres bem formados”.

“Que tipo de padre quero ser? Um padre tranquilo e assegurado em suas comodidades ou um discípulo missionário, que trabalha pelo Mestre e pelo Povo de Deus? Um padre cômodo em seu bem-estar ou um discípulo a caminho?”, questionou.

Vida em comunidade

“O Senhor nos chamou para viver em comunidade, de modo que esta caridade possa congregar todos os sacerdotes com um vínculo especial no ministério e na fraternidade. Para que isto seja possível, devemos contar com a ajuda do Espírito, com o combate ao individualismo, mas mediante a unidade na diversidade”, alertou o Pontífice durante audiência no Vaticano, também em 2017.

Em seu discurso, o Papa impulsionou os presbíteros a nunca se contentarem em ter uma vida organizada e cômoda, mas a manterem uma adequada relação com o mundo e com os bens terrenos, renunciando às coisas supérfluas, mediante a confiança na Providência Divina, para estar cada vez mais próximos dos pobres e dos frágeis.

Segundo o Santo Padre, a vida do sacerdote deve ser alimento para o povo de Deus, assim como sua doutrina, alegria e apoio aos fiéis de Cristo. “Que com a palavra e o exemplo vocês possam construir a Casa de Deus que é a Igreja”, exortou Francisco em abril de 2018, durante a ordenação de 16 novos presbíteros no Vaticano.

Em seu discurso, o Papa pediu: “Por favor, não se cansem de serem misericordiosos. Pensem em seus pecados, suas misérias que Jesus perdoa. Seja misericordioso. Tenham diante de seus olhos o exemplo do Bom Pastor, que não veio para ser servido, mas para servir e buscar salvar o que foi perdido”.

O dom do presbítero

Neste ano, durante abertura do Sínodo para a Amazônia, em outubro passado, o Pontífice convidou os sacerdotes a refletirem sobre seus os dons. “Um dom não se compra, não se troca nem se vende: recebe-se e dá-se de prenda. Se nos apropriarmos dele, se nos colocarmos a nós no centro e não deixarmos no centro o dom, passamos de pastores a funcionários: fazemos do dom uma função, e desaparece a gratuidade; assim, acabamos por servir a nós mesmos, servindo-nos da Igreja”

De acordo com o Santo Padre, São Paulo reafirma que o dom deve ser reaceso. “O verbo usado é fascinante: reacender é, literalmente, ‘dar vida a uma fogueira’”, explicou. “O dom que recebemos é um fogo, é amor ardente a Deus e aos irmãos. O fogo não se alimenta sozinho; morre se não for mantido vivo, apaga-se se a cinza o cobrir”.
(…)

Fonte: site Canção Nova

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