O amor de Deus

Na sua primeira epístola aos coríntios, Paulo entoou o grande hino do amor, frequentemente lido em cerimônias nupciais, embora não se refira especificamente ao amor entre homem e mulher, nem ao amor ao próximo, nem mesmo a Deus. Paulo expõe que o amor de Deus foi derramado em nosso coração pelo Espírito Santo (Rm 5,5).

O apóstolo considera o amor como um carisma, um dom, uma aptidão da pessoa e, simultaneamente, uma dádiva de Deus ao ser humano. É o que torna o ser humano um ser humano. Esse dom ativa na pessoa as atitudes que lhe fazem bem: “O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho” (1Cor 13,4).

Não se trata de preceitos morais listados por Paulo. Mais do que isso, ele quer nos descrever o que o amor realiza nas pessoas, enquanto força que lhes foi doada. É uma força revolucionária, como fica claro nas palavras: “O amor tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo
suporta” (1Cor 13,7). É a força que dá suporte ao processo de transformação em curso na revolução que, apesar de todos os retrocessos, gera confiança e nutre a esperança de melhora; a força que enfrenta vitoriosa tudo que se opõe a essa transformação.

Anselm Grün, “Amar é a única revolução”, Editora Vozes.

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