Deus nos criou para a liberdade! Ser Filho de Deus é ser livre: para amar, seguir e servir. Segundo o Apóstolo Paulo, em sua Carta aos Gálatas “fostes chamados à liberdade”, o pecado nos torna escravos e nos afasta de Deus. A liberdade em Cristo é para amar mais e servir. Já dizia Santo Agostinho: “ama e faz o que quiseres”. Primeiro, ama a Deus e ao irmão: essa é a condição básica para ser livre.
O Evangelho de Jesus é exigente, mas não desumano, porque se situa na linha da liberdade e do amor para o seguimento. Todos são chamados! Seguir é uma escolha pessoal. O seguimento exige renúncia e, sobretudo, colocar-se a caminho. Caminho este que não existe, a não ser que o faça caminhando e deixando o que nos prende pelo caminho. O caminho se dá na liberdade da busca e de seguir o chamado para servir por amor.
A reflexão do Evangelho de hoje, nos convida para o seguimento de Jesus a caminho de Jerusalém. Descreve o texto do Evangelho, que Jesus fecha a etapa da sua missão na Galileia e parte para a Judéia, passando pela Samaria, onde não é acolhido. Assim como aconteceu em sua cidade Nazaré, os samaritanos não o receberam porque não acreditaram. Em Jerusalém além de não ser aceito pelos chefes religiosos, Jesus será preso, julgado e condenado. Assim como todos os profetas que o antecederam.
Jesus deixa claro a radicalidade do seguimento, através de três frases lapidárias. Primeiro: Jesus assegura que não haverá nenhuma vantagem material para segui-lo. Segundo: deixar tudo para o seguimento no anúncio da Boa Nova. Finalmente, diz Jesus, quem voltar-se para trás, não serve para o reino de Deus. A vocação se caracteriza pela radicalidade de seguir para servir.
O caminho que leva à Jerusalém, à fama é o mesmo que o leva ao Calvário e à cruz. É o caminho da verdadeira libertação. Para seguir Jesus se faz necessário o rompimento dos condicionamentos humanos na busca do Divino, de nossa origem e de nosso fim. Seguir Cristo é servir na liberdade de ser filho de Deus. Ser feliz é ser livre para: seguir, acolher e amar a Deus e aos irmãos.
Frei Sergio Pagan