DUAS MULHERES, NOVA HISTÓRIA

Este é nosso 4º e último domingo do Advento. Nos dois domingos anteriores, a liturgia nos colocou em contato com a mensagem de João Batista. Hoje somos colocados diante de duas mulheres: Maria e Isabel. Em torno dos três personagens acontece a transição entre a história da salvação antiga e a nova. A antiga se firmava sobre a lei e o cumprimento das promessas. A nova, sobre Jesus Cristo, o filho de Maria, em quem se cumpriam cabalmente as promessas de salvação. É a ele, Jesus, que João anuncia presente e ativo na história.

O texto de hoje (Lc 1,39-45) destaca o encontro e o papel das duas mulheres: Maria e Isabel. Nelas, Deus manifesta suas preferências pelo que é mais frágil, inútil e desprezado. Destaca também que Deus não escolhe poderosos, sacerdotes e homens do templo, mas pessoas humildes e despretensiosas para realizar em plenitude seu eterno plano de amor.  E, escolhe não por qualificações, mas pela ousadia de uma resposta contra toda a lógica humana. É essa ousadia que transparece nessas duas mulheres (Maria e Isabel), cheias do Espírito do Senhor, movidas pela fé e pela esperança. Uma outra história começa a ser escrita e um mundo novo se implanta.

Resumidamente, pode-se dizer que é sobre este mundo novo de quem elas são protagonistas que Maria e Isabel se entretêm no início de seu encontro. É Deus quem está no centro de suas vidas e une não apenas as mães, mas também os filhos. Um, é o filho da velhice e da estéril; o outro da juventude e da fecundidade virgem.

A mesma fé que as une, as faz cantar: Isabel exalta o Deus que torna bem-aventurada por sua fé, aquela que gerará o autor da vida que faz pulsar até seu filho no próprio ventre; Maria, o Deus que eleva os humildes, sacia os famintos e necessitados de toda ordem, deixando de lado os prepotentes e abastados. Falam assim das opções desse Deus ilógico e revolucionário. Começa um novo tempo, construído sobre duas mulheres que dizem sim contra toda lógica humana. O tempo de Deus, agora, se firma sobre o sim de uma e a esperança de outra.

                                                                                               Frei Salésio Hillesheim

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