O CASAMENTO DE JESUS COM A HUMANIDADE
O evangelista João coloca logo no início das atividades de Jesus o primeiro dos 07 sinais realizados por ele: As bodas de Caná.
O sinal traz consigo a dimensão da indicação, da interpretação, do mistério, da revelação e da descoberta. É por esse caminho que somos conduzidos a Jesus em todo o evangelho de João.
Não se deve esquecer que os sinais de Jesus são provocativos em sua estrutura e nos pedem ir mais longe do que o sentido das palavras, frases ou descrições.
O certo é que cada sinal tem um contexto, tem personagens, tem visibilidade e tem insinuações.
O sinal das Bodas de Caná parece bem simples: um casamento no qual estão presentes Maria, Jesus e seus discípulos como convidados e toda a estrutura necessária para que o casamento chegasse a bom termo. Parece, no entanto, que nem o noivo nem o mestre-sala, nem os que estavam servindo sabem o que realmente está acontecendo, como se não estivessem preocupados com a escassez ou falta de vinho. Também não se diz nada a respeito da noiva. Pode-se quase concluir que neste casamento quem está em cena é Jesus e sua mãe. São eles que dinamizam a atividade dos que servem e fazem acontecer o milagre da festa, da abundância e da alegria.
Ressalta-se em diversos momentos o papel intermediário e organizacional de Maria. Sua presença é sentida e destacada. O milagre realizado por Jesus tem o dedo e a perspicácia de Maria.
De que afinal está falando o sinal de Jesus? Com certeza está apontando para o verdadeiro esposo da humanidade, dessa humanidade que precisa de mais vinho, necessitada de condições para realizar a verdadeira festa. Jesus é este esposo. E Maria? Aquela presença transformadora, construtiva e dinâmica.
Que Jesus transforme também nossa água em vinho abundante.
Frei Salésio Hillesheim