ADVENTO: PARUSIA

No final de cada ano, costumamos dizer que mais um Natal vai acontecer em nossas vidas. Com isso, iniciamos o período litúrgico do Advento. Para viver este tempo de esperança e graça, se faz necessário, ter uma noção clara deste evento. É preciso ter uma boa definição das palavras, dos conceitos e dos símbolos.
A própria palavra “Advento”, na sua derivação do latim “Adventus”, denota um fato ou acontecimento que deverá ser celebrado. Assim, também na língua grega, o Advento é chamado de “parousia”, ou seja, Parusia, como também a (upantesis) que equivale a um enorme acontecimento memorial. Já na era cristã, o período do Advento, tem na sua essência temporal, uma espiritualidade de esperança naquele que há de vir: o nascimento do Menino Deus.
Na verdade, a fé Cristã, inseriu para este tempo celebrativo, materiais, tempo de preparação, ritos, cores, objetos, presentes, incensos, coroas, luzes, gestos… enfim, uma linguagem simbólica que vem desde o período greco romano. Fazia parte da cultura grega, bem como na Roma antiga, celebrações que marcavam a chegada do Monarca, e que muitas vezes tinha status de semideus, para uma demonstração de poder com relação a seus súditos. Uma entrada triunfante, “introítus” para o interior dos muros, cujos os preparativos duravam, às vezes, até um ano. Desta forma, para nós, cristãos, o Advento é um EVENTO que não deve ser reduzido a um mero fato ou acontecimento histórico de calendário. O evento do Advento é constituído por um memorial único e sempre permanente. Podemos compará-lo a Eucaristia, que tem seu início sempre anterior ao ato celebrativo e que permanece como gesto contínuo. Portanto, o Advento é um evento memorial, que transcende o tempo cronológico para um Kairótico, ontologicamente existencial, preparação e festa permanente.

Frei Luiz Colossi

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