A PECADORA ARREPENDIDA

No domingo passado, ouvimos a parábola do Filho Pródigo (Lc 15). Hoje, vamos refletir sobre a pérola da misericórdia, narrada por São João. Jesus vai a Jerusalém para participar da Celebração da Páscoa. Depois de descansar um pouco da viagem, no Jardim das Oliveiras (Getsêmani), se dirige ao pátio do Templo, num lugar retirado da multidão. Naquele momento, acorrem a Jesus, trazendo uma mulher surpreendida em adultério. Jesus poderia muito bem despistar os mestres da lei e os fariseus naquele momento afirmando: isto não é problema meu. Julguem vocês mesmos esta pecadora! Porém, como os interlocutores lhe chamam de Mestre (rabino), o Messias dá uma resposta à altura do que eles não esperavam.

De acordo com a Lei mosaica, a mulher que fosse surpreendida em adultério, era condenada à pena de morte, sendo apedrejada em praça pública. E ali, não faltavam pedras para atirar naquela pobre mulher pecadora. Jesus apresenta uma sentença diferente: dialogada, em que eles mesmos poderiam decidir pela condenação da adúltera ou não: “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”. Os doutores da lei, os fariseus e seguidores do judaísmo tradicional, saíram do local de cabeça baixa, semelhantes a cães amedrontados com o rabo no meio das pernas. Em outras palavras, quem tem telhado de vidro, que se cuide, para não atirar pedras no telhado do seu vizinho. Jesus pergunta então à adúltera: “Ninguém te condenou?… Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais”. Significa que Jesus não libera geral, mas exige do humano uma atitude de conversão.

Nesta Quaresma, também nós somos chamados a reconhecer nossas fragilidades, abrindo nosso coração a Deus, superando a mera observância da lei, acolhendo em nossas vidas a misericórdia divina, que em vez de condenar o próximo reconhece que também nós somos pecadores!

Frei Ivo Müller

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