Neste 3º Domingo do Tempo Pascal, somos chamados a percorrer o Caminho de Emaús. É o caminho da vida, das venturas e desventuras, da queda e do reerguimento, do encontro e da solidão. Caminho que se faz com Jesus, mesmo que sua presença não seja sempre notada.
É caminho de revisão, de conversar sobre o passado, de tentar compreender e dar sentido aos fatos acontecidos. Hora de colocar os pingos nos “i’s”, de revisitar o coração a fim de que ele não fique refém de mágoas, ressentimentos, reservas, desânimo. Momento de refazer com a memória o caminho do Mestre.
É caminho de partilha, de conversa franca, de falar sobre a falta que o Senhor faz, da saudade que sua ausência, ainda que aparente, desperta. Perceber-se longe de Deus coloca em evidência com cores ainda mais fortes a fragilidade humana.
É caminho de acolhida, onde quem chega é bem-vindo. Conversavam dois. O terceiro se integra. Sente-se próximo e familiar, embora ainda não reconhecido pelos dois. No entanto, a abertura para acolhê-lo já existia. Caminha junto. Era o Senhor.
É caminho de esclarecimento. Sob a tutela do Mestre, revisitam os episódios vividos, assim como a História da Salvação. Com Jesus, tudo adquire uma nova clareza. A dor, o sofrimento, as lutas e incompreensões ganham um novo contorno, emoldurado pela força da ressurreição.
É caminho eucarístico. Parte-se o pão. Sacia-se a fome em sua mais ampla dimensão: fome de justiça, de paz, de ânimo, de esperança, de dignidade. O Pão da vida, vida em abundância.
É caminho de reencantamento. Ocasião de retornar à missão, de recobrar o vigor do discípulo, de comprometer-se com o anúncio desta notícia transformadora: “O Senhor ressuscitou! Está vivo! E nós estamos vivos com Ele! Aleluia!”
Frei Gustavo Medella