O Evangelho é mensagem que salva e incomoda

 

 “Mas os judeus instigaram as mulheres ricas e religiosas, assim como os homens influentes da cidade, provocaram uma perseguição contra Paulo e Barnabé e expulsaram-nos do seu território” (At 13,50).

A autêntica mensagem do Evangelho pode salvar ou incomodar. Para quem se abre à ação da Graça e compreende a natureza essencial do convite que o Pai estende a todos, sem distinção, através de Jesus Cristo, ela é Palavra de vida e de libertação. É o advento de um novo modo de viver e conviver capaz de superar a contradição da injustiça, do ódio, da acepção de pessoas, da exclusão e da indiferença. Quem percebe a consistência dessa proposta não encontra grande dificuldade de abandonar as outras ambições para lançar-se de cheio nesta aventura de conversão e mudança para melhor.

Ao contrário, para quem se apega a um status quo pautado em privilégios, jogos de interesse, acumulação cada vez mais restrita de bens, trocas de favores, para aqueles que estão “bem, obrigado”, – para as “mulheres ricas e religiosas e os homens influentes” – lançando-se mão dos termos empregados por São Lucas no texto bíblico, a proposta evangélica se torna uma afronta. Precisa ser silenciada, desqualificada, distorcida.

Estes dois modos de se relacionar com o núcleo do Evangelho e, consequentemente, com a pessoa de Jesus Cristo, certamente vão conferir as matizes dos diferentes tipos de adesão ao Catolicismo que têm estado muito em voga ultimamente gerando, inclusive, grande polarização em torno da figura do Papa Francisco que, a olhos vistos, tem dado tudo de si para orientar a Igreja na direção da autêntica fidelidade ao Evangelho.

Para aqueles que buscam se fazer dóceis à essência do Evangelho, Francisco tem se demonstrado verdadeiro pai e guia. Ele tem acelerado fundo a “Barca de Pedro” a fim de que se torne cada vez mais vigorosa no seguimento do Mestre. Francisco de Roma tem sido a força que impele a Igreja assumir com coragem o seu papel de mãe e serva pobre, inclusiva e despojada. Pautando-se no sonho e no exemplo de Francisco, cada cristão tem diante de si um longo caminho a percorrer, cheio de desafios, mas pleno de realizações. Um percurso no qual deve ser deposta a tentação ao triunfalismo, à prepotência, à adoção de ritos frios, rigorosos e vazios de humanidade, à presunção de se julgar superior e melhor, à recusa de ir ao encontro dos feridos e abandonados da atualidade.

O Cristo Pastor que dá a vida por suas ovelhas, apresentado no Evangelho deste 4º Domingo do Tempo Pascal, continue conduzindo seu Vigário na terra e que Francisco de Roma prossiga firme em seu propósito de conduzir a Igreja no verdadeiro caminho do Evangelho.

Frei Gustavo Medella

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