Novas redes, novos peixes, nova vida…

Apesar de relativamente curto – apenas doze versículos – o trecho do Evangelho que compõe a liturgia deste 3º domingo do Tempo Comum (Mt 4,12-23) é denso em conteúdo e amplo na quantidade de temáticas que aborda. Revelação, missão, conversão, vocação e discipulado são temas profundamente interligados que devem se fazer presentes no dia a dia da caminhada cristã porque foram propostos e plenamente assumidos por Jesus.

No convite aos primeiros apóstolos – Pedro e André – chama atenção o fato de Jesus não exigir que abandonassem sua atividade cotidiana, mas que mudassem o foco de sua ação: passariam a ser pescadores de homens. Eles mesmos chegaram à conclusão que, para atender ao chamado do Mestre, deveriam descobrir novas redes. No caso de Tiago e João, Filhos de Zebedeu, precisaram da coragem e da ousadia de se desinstalar, deixando para trás as garantias que tinham até então: a segurança que lhes era oferecida pelo barco e pelo pai.

Curioso é que Jesus convida e segue. Sua vida é movimento. Sempre caminhando e fazendo o bem. A itinerância do Mestre também é abraçada pelos que decidem segui-Lo. Pedro e André têm de reaprender o ofício ao qual sempre se dedicaram: novos métodos, novas prioridades e novos desafios. Tiago e João percebem que, atendendo ao convite que lhes fora feito, deveriam se reinventar para dar respostas aos riscos e desafios desta nova empreitada que assumiam.

À medida que percorriam o caminho, os apóstolos e discípulos foram percebendo que a resposta positiva à convocação de Jesus deveria ser construída no decorrer da missão. O próprio Mestre tinha plena convicção de que estava convocando pessoas comuns, sujeitas a erros e acertos e que a partir dos altos e baixos inerentes à história humana é que o anúncio e a construção do Reino iriam acontecer.

Frei Gustavo Medella

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