Nossa Senhora da Assunção

nsra_assuncaoA Igreja celebra, hoje, a solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao céu. Concluídos os dias de sua vida neste mundo, a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi elevada em corpo e alma à glória celeste em razão dos méritos da redenção realizada por seu Filho divino. Na base dessa crença está a convicção desenvolvida desde os primeiros cristãos de que não conviria que o corpo daquela que gerou e carregou em seu seio o Filho do Pai eterno sofresse a corrupção da sepultura, por mais suntuoso que fosse esse monumento. Por conseguinte, a fé cristã passou a considerar que no momento final da vida terrena de Maria não teria ocorrido, propriamente falando, a morte, mas apenas a “dormitio”, a dormição, mediante a qual Maria deixou este mundo e subiu em corpo e alma à morada celeste pelo poder divino do Pai.

O Apóstolo Paulo explica que Cristo ressuscitou como primícias dos que morreram e que depois ressuscitarão os que pertencem a Ele (cf. 1Cor 15,20-27). Ora, a teologia deduz que entre os cristãos vem Maria como primícias; ela é a primeira dos frutos da redenção a participar plenamente da glorificação de seu Filho. E a Igreja proclama que Maria é, sem dúvida alguma, a eleita do Senhor em quem resplandeceu a plenitude da graça, a única criatura sem pecado, a “Imaculada Conceição”, a obra-prima da Trindade Santa, a cooperadora de maneira singularmente ímpar na obra da Redenção. Por isso, declara que Maria já está no céu em corpo e alma junto do Altíssimo Deus, Pa e Filho e Espírito Santo. A Liturgia canta que a Virgem Maria, Assunta ao Céu, é “Aurora e esplendor da Igreja triunfante, é consolo e esperança do nosso povo ainda peregrino”. Lá do céu, ela intercede por nós.

No Evangelho da Missa – Lc 1,39-56 – que relata a visita de Maria à sua prima Izabel, as palavras de Maria e Izabel exaltam o amor de Deus que realiza maravilhas. Izabel ressalta a grande fé de Maria quando, respondendo ao Anjo, deu o seu “Fiat”: “Faça-se em mim segundo a vossa vontade. Eis aqui a serva do Senhor”. Agora, em resposta a Izabel, Maria canta um hino de louvor ao Altíssimo Deus: o “Magnificat”. Ela glorifica a Deus por sua misericórdia e amor para com os pobres, por seu poder que derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes. Ela, humildemente, reconhece: “Fez em mim grandes coisas o Onipotente e o seu nome é Santo”.

O Papa Pio XII, em 1950, proclamou como dogma de fé a Assunção de Maria. Na oportunidade ele compôs uma belíssima oração. Por essa oração podemos rezar, por exemplo, assim: “Ó Virgem Imaculada, Mãe de Deus e mãe dos homens! Nós cremos, com todo o fervor da nossa fé, na tua Assunção triunfal em corpo e alma ao céu, onde tu és aclamada Rainha por todos os coros dos anjos e por todos os exércitos dos santos… Confiamos que os teus olhos misericordiosos se inclinem sobre as nossas misérias e sobre as nossas angústias, sobre as nossas lutas e sobre as nossas fraquezas… Atrai-nos com a doçura da tua voz para mostrar-nos, um dia, depois deste desterro, a Jesus, fruto bendito do teu ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria!”.

Como foi amplamente divulgado, realiza-se hoje pelas ruas da cidade a Caminhada Diocesana da Família. É um evento que consta do calendário oficial do município. Também por lei municipal hoje é o Dia Municipal da Família. Tudo isso é iniciativa da Igreja. O Setor Diocesano da Família coordena a realização do evento e o põe em prática. A Coordenação Diocesana de Pastoral é a instância responsável pela aprovação da programação, supervisiona os trabalhos e articula a cooperação das demais pastorais, tudo em vista do bem da família, da sua defesa e promoção. Especialmente neste ano, a Exortação Apostólica Pós-Sinodal “Amoris Laetitia” (Alegria do Amor) na Família, do Papa Francisco, inspira a Caminhada Diocesana da Família e o “Ano da Misericórdia” a motiva. O 8º Plano Diocesano de Pastoral prioriza quatro metas, dentre as quais, a Família. Assim sendo, toda a programação pela Família objetiva dar mais um passo em direção à evangelização da Família, como é nosso sonho. É oportuno recordar o que disse o Papa Bento XVI: “A família é a esperança da humanidade, pois nela a vida encontra acolhida, desde a concepção até seu fim natural”. E o que falou também o Papa São João Paulo II: “O futuro da humanidade passa pela família”.

Agosto é mês vocacional. Da família nascem todas as vocações, para os ministérios ordenados, o matrimônio, a vida religiosa, o laicato e a catequese. Hoje é o dia da vida consagrada das religiosas e religiosos e dos consagrados seculares. Somos convidados a rezar, pela intercessão de Nossa Senhora da Assunção, pelos freis e freiras e demais religiosos e religiosas. Que o Senhor desperte mais vocações, conceda a perseverança, saúde e paz à multidão dos consagrados que vivem e realizam na Igreja e no mundo o carisma evangélico de suas Ordens, Congregações e Institutos, a profecia evangélica do reino, o serviço da caridade em favor da justiça, paz e integridade da criação, dos pobres e feridos da sociedade, e o trabalho missionário de cooperação com a obra evangelizadora da Igreja.

Nossa Senhora da Assunção, rogai pelos religiosos e religiosas. Amém!

Dom Caetano Ferrari

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