Maria, Mãe da Misericórdia

maria_mae_misericordia(…) Maria é “Mãe da Misericórdia”. A Virgem Maria está ligada à misericórdia divina em muitos sentidos. É a mãe daquele que é a misericórdia. Escolhida por Deus para ser a Mãe do Salvador, nela se cumpre a misericórdia de Deus pelo seu povo, recordando sua Aliança. Soube acolher em sua vida, não resistiu à misericórdia divina. Sente que um olhar de bondade pousou sobre sua pequenez, por isso, acolhida e amada por Deus. Deu à luz aquele que é a misericórdia de Deus encarnada, o rosto da misericórdia do Pai, Jesus Cristo. Ela, a “serva do Senhor” (Lc 1,38), foi humilde e acolhedor instrumento da compaixão divina. “Deus olhou para a humildade de sua serva” (Lc 1,48) e, por meio dela, olhou com compaixão para todo seu povo. Por isso, canta e louva a Deus porque “sua misericórdia se estende de geração em geração” (Lc 1,50).

O povo cristão, desde tempos remotos, a invoca como “Mãe de Misericórdia”. Já por volta do ano 300 rezava-se “sob tua tutela nós procuramos refúgio, Santa Mãe de Deus”. Recordamos a bela oração da Salve Rainha (Séc. XI), que a invoca como “Mãe de Misericórdia” e lhe pede que “estes vossos olhos misericordiosos a nós volvei.” Maria tem um olhar de acolhida materna. Diz nosso Papa que “aquilo que o vosso povo busca nos olhos de Maria é um regaço no qual os homens, sempre órfãos e deserdados, buscam um abrigo, um lar. E isto tem a ver com os seus modos de olhar: o espaço que abrem os seus olhos é o de um regaço, não o de um tribunal ou de um consultório profissional.” (02/06/2016). É uma mãe misericordiosa, porque sempre atenta, como podemos atestar nas bodas de Caná (cf. Jo 2, 1-10) e nas aparições em Fátima, quando se apresenta preocupada com os sofrimentos existentes no mundo.

Portanto, de todas as criaturas, Maria é a que mais transparece a misericórdia, seja por deixar-se moldar pela compaixão divina, seja pela sua vida misericordiosa. Podemos dizer que nela se realiza o ideal do cristão e nosso desejo de sermos “misericordiosos como o Pai” (Lc 6,36). (…)

 

Dom Adelar Baruffi 

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