O que está acontecendo com a nossa casa?

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Estamos maltratando e ferindo a nossa casa comum, e essas agressões “provocam gemidos da irmã terra, que se unem aos gemidos dos abandonados do mundo, com um lamento que reclama de nós outro rumo”. Essa é a mensagem que o Papa Francisco passa no primeiro capítulo da nova encíclica, que tem por título “O que está acontecendo com a nossa casa”.  Neste capítulo, o Papa faz um diagnóstico do que está acontecendo com o Planeta por conta da poluição, da produção excessiva de resíduos, da cultura do descarte, da desigualdade social, entre outros fatores. No fundo, tudo é resultado da ação humana, guiada pela tecnologia e pela economia.

As consequências são sentidas com escassez da água, a perda da biodiversidade, a deterioração da qualidade de vida humana e a degradação social. O Papa lembra que, direta ou indiretamente, todos nós estamos envolvidos, sendo necessário tomar consciência para enfrentar o problema. Nas palavras dele, “não pensemos apenas nas descargas provenientes das fábricas; os detergentes e produtos químicos que a população utiliza, em muitas partes do mundo, continuam a ser derramados em rios, lagos e mares”.

Reconhecendo a importância da ciência e da tecnologia no enfrentamento dos problemas humanos, Francisco, no entanto, lembra que, na maior parte das vezes, os esforços estão a serviço do sistema financeiro e do consumismo. Isso faz com que “esta terra onde vivemos se torne realmente menos rica e bela, cada vez mais limitada e cinzenta, enquanto, ao mesmo tempo, o desenvolvimento da tecnologia e das ofertas de consumo continua a avançar sem limite”.

A reação a tamanha agressão ainda é fraca e fragmentada. O Papa nos diz que “a submissão da política à tecnologia e à economia demonstra-se na falência das cúpulas mundiais sobre o meio ambiente. Há demasiados interesses particulares, e, com muita facilidade, o interesse econômico chega a prevalecer sobre o bem comum e manipular a informação para não ver afetados os seus projetos”.

Apesar da gravidade dos problemas e das inúmeras divergências, mesmo entre os que se empenham em encontrar soluções, Francisco lembra-nos que “a esperança convida-nos a reconhecer que sempre há uma saída, sempre podemos mudar de rumo, sempre podemos fazer alguma coisa para resolver os problemas”. Como o ser humano foi criado para amar, mesmo “no meio dos seus limites germinam inevitavelmente gestos de generosidade, solidariedade e desvelo”.

 

Colaboração de Emmanuel Paiva de Andrade
Pastoral da Comunicação

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