Todos conhecemos o episódio da transfiguração de Jesus no alto do monte.
Momento de silêncio, clima de interiorização, instantes provocadores. Os
apóstolos fizeram a experiência da beleza do seu Mestre que só podia ali ter
estampado no rosto o esplendor do Altíssimo e Belíssimo Senhor.
Deus é beleza. E as experiências de beleza normalmente nos levam ao
fascínio e ao êxtase. E sempre, sempre mesmo, por detrás das belezas à nossa
volta se esconde ou se revela o Belo.
Templo bem cuidado, vitrôs, um vaso aqui, um arranjo de flores ali, uma imagem de Maria, toalhas alvas sobre altar, cálices, galhetas tudo bem cuidado, um silêncio acariciador, porta de entrada para a Beleza, um círio nobre.
As flores nas árvores. Quaresmeiras, jacarandá mimoso, pata de vaca, manacá da serra. E os canteiros vem traçados e desenhados. Margaridas, boca de leão, sempre-vivas, rosas, crisântemos, copos de leite. Mas também essas mimosas florezinhas que nascem no mato, nas beiradas de estrada e numa rachadura de parede. Tudo tocante. Imagens da beleza. Teremos nós a capacidade de um dia contemplar a Beleza de Deus?
Frei Almir Ribeiro Guimarães
