A dor isola absolutamente e é deste isolamento absoluto que nasce o apelo ao outro, a invocação ao outro. Não é multiplicidade humana que cria a socialidade, mas é esta relação estranha que inicia na dor, na minha dor em que faço apelo ao outro, e na sua dor que me perturba, na dor do outro que não me é indiferente. É a compaixão.
Sofrer não tem sentido, mas o sofrimento para reduzir o sofrimento do outro é a única justificação do sofrimento, e é esta sua maior dignidade.
E. Lévinas