Deus sabe dar coisas boas a seus filhos

pai_filhoNa brincadeira de final de ano chamada amigo oculto em alguns lugares, amigo secreto em outros, ninguém fica feliz quando se empenha em comprar para o seu amigo um presente bom – um livro, um perfume, uma roupa bonita – e ganha uma bugiganga – um pinguim de geladeira, um cinzeiro usado, uma tiara com flor de plástico. A sensação de ter sofrido uma injustiça é inevitável, por mais que a troca de presentes não passe de uma brincadeira.

Jesus, no Evangelho deste 17º Domingo do Tempo Comum (Lc 11,1-13), fala sobre saber dar coisas boas, tarefa nem sempre fácil na lógica em que fomos educados, de acordo com a qual “tudo tem seu preço”, onde “de graça, nem injeção na testa”. A lógica de Deus apresentada por Jesus Cristo é, no entanto, a lógica do dom. Saber dar coisas boas – e não apenas as sobras -, oferecer-se por inteiro – chegando ao limite da própria vida, é o modus operandi de Jesus e é o caminho que Ele nos convida a trilhar.

Aprendendo a rezar e a viver o Pai Nosso, podemos ter segurança de que estamos caminhando nesta trilha apontada pelo Mestre. Quem reconhece a Deus como “Pai nosso”, certamente se sentirá inspirado a repartir o pão, vai buscar com todo empenho viver o perdão e, com confiança em Deus, buscará superar as tentações, especialmente a do egoísmo e da avareza.

Na história da Salvação não faltam relatos de pessoas que se esqueceram de si e se doaram para Deus e para o próximo. A insistência de Abraão em interceder pelos justos de Sodoma Gn 18,20-32 é modelo deste olhar sensível para com o outro. Assim como soprou o hálito pelas narinas de Adão, que o Senhor inspire em nós o seu Espírito de Amor, para que saibamos oferecer o melhor de nós na construção do Reino.

 

Frei Gustavo Medella 

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