Deixar a tristeza e trazer a esperança

“Ando por aí tentando te encontrar. Em cada esquina paro em cada olhar. Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar”. O verso da canção “Palavras ao Vento”, sucesso na voz de Cássia Eller, pode descrever o percurso do ser humano à procura de Deus. O Senhor, Onipresente, se faz presença discreta aos olhos da gente que, nas idas e vindas da vida, ora o contempla de forma mais expoente, ora precisa se esforçar para enxergá-lo nos fatos, nas circunstâncias, nas pessoas.

No Evangelho deste 21º Domingo do Tempo Comum, Jesus se apresenta na dureza de palavras que os discípulos têm dificuldade de ouvir e acolher: “Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?” (Jo 6,60). De fato, as escolhas de quem se decide pelo seguimento do Senhor com frequência direcionam a pessoa para um percurso pleno de desafios que dela exigem determinação e firmeza. Renunciar a si mesmo, carregar o peso da cruz, abaixar-se para Lavar os Pés, enfrentar o ódio de quem se sente ameaçado nos próprios privilégios são alguns dos possíveis efeitos colaterais de quem decide de todo coração aderir a Cristo.

Tais exigências, no entanto, não devem ter a capacidade de tirar o ânimo, o entusiasmo e a alegria do discípulo. Afinal, se a Palavra é dura porque desafiante, a mesma dureza ela apresenta para sustentar na força e na firmeza quem dela busca se fazer ouvinte e praticante, conforme reconhece São Pedro: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68).

Deixar a tristeza de lado e levar consigo a esperança são exercícios que se fazem necessários diariamente à vida do cristão. O segredo é não parar, pois o Senhor está à espera, em cada esquina, em cada olhar, nas estradas pelas quais, em Jesus Cristo, Ele se dispôs conosco a caminhar.

Frei Gustavo Medella

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