AS PALAVRAS REVELAM O NOSSO INTERIOR

                        As leituras bíblicas deste domingo: Eclesiástico 27, Primeira Carta aos Coríntios 15 e o Evangelho de Lucas 6, 39 – 45, nos apresentam uma série de provérbios e ditados de estilo sapiencial. Os escritores sagrados fazem um jogo de palavras e expressões para revelarem a mensagem do Reino: mestre e discípulo; árvore e frutos; coração e boca; vasos e oleiro; árvore e o campo e o cego a guiar outro cego.

                        O Livro do Eclesiástico nos ensina que as palavras que pronunciamos são espelho da alma. O que dizemos revela o nosso interior. Segundo o Escritor Sagrado: “A Palavra mostra o coração da alma”. É fundamental pensar antes de falar. Porque a boca fala do que o coração está cheio: amor ou ódio; alegria ou tristeza; elogios ou críticas. Se for algo bom tem origem em Deus, mas se for algo ruim que destrói pertence ao maligno, o inimigo, que destrói a família e a comunidade.

                        Precisamos do silêncio para nos enchermos de Deus. Precisamos abastecer o coração: de compaixão, de bondade, de misericórdia através da oração, do silêncio interior. Jesus sempre buscava o silêncio e a oração no seu encontro com o Pai. Os místicos e os contemplativos adoravam o silêncio, porque os unia a Deus. Toda decisão exige uma oração.

                        Para produzirmos bons frutos devemos ser árvores boas. Pelos frutos se conhece a árvore, segundo o provérbio bíblico. Pela boca se conhece o coração, segundo o Evangelista Lucas. O que temos dentro de nós, transparece em nossas atitudes, gestos e palavras. A língua fala da abundância do coração. O mundo consumista e materialista fala pouco de valores espirituais e humanos: da solidariedade e da fraternidade; do diálogo e da convivência; da partilha e da justiça; da paz e da unidade; da fé e da religiosidade.

                        Quais são os frutos dos discípulos de Jesus? São as Bem-aventuranças, as Obras de Misericórdia e o Sermão da Montanha. Em síntese: “o que fizerdes ao menor de meus irmãos é a mim que fareis”. Em suma: “amai uns aos outros, como eu vos amei”, diz o Senhor. Se desejarmos algum exemplo, é Jesus, como Mestre de todos os místicos e contemplativos, dos santos e pecadores e dos que buscam a paz interior.
Frei Sergio Pagan

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