A ovelha, a moeda e o filho

A ovelha perdida pelo pastor era uma em cem. Encontrá-la foi motivo de júbilo e festa para o dono do rebanho. A moeda, extraviada da viúva, uma em 10. Achá-la foi ocasião de festa para a proprietária daqueles poucos trocados. O filho, que num gesto de impensada ingratidão, abandona o pai e a família, era um de dois. Seu humilde e arrependido retorno foi causa de alegria indizível no coração do Pai. A ovelha, a moeda e o filho: 01, 10 e 50%.

Amar como Deus ama é, portanto, ter a sensibilidade e o entusiasmo de vibrar diante das pequenas e grandes conquistas. É apostar sempre na força da transformação e jamais desistir daquele a quem se ama. É o bom orgulho da mãe que celebra mais um dia de abstinência do filho que caiu na armadilha do vício, é o encantamento do fisioterapeuta que registra um piscar de olhos em seu paciente até então totalmente inerte, é a nota suficiente que o aluno alcança com dificuldade depois de incansável e sistemática ajuda do professor, é o concurso público que o jovem vence depois de inúmeras noites mal dormidas em empenhada preparação. Pequenas e grandes conquistas.

Caminhar na fé é, portanto, animar-se em Cristo que, para conquistar nosso coração, em 01, 10 ou 50%, entregou-se 100% no sacrifício da cruz. Se fosse um negócio, a escolha de Jesus o levaria à falência. No entanto, como entrega incondicional de amor, Deus não faz conta e celebra com alegria, cada passo, por pequeno que seja, que conseguimos dar em nossa frágil humanidade.

Frei Gustavo Medella, Ofm

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