A novidade amorosa que é o Reino de Deus

 

“Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5a)
“Eu vos dou um novo Mandamento” (Jo 13,34a)

 O tema da novidade se faz presente com bastante ênfase nas leituras deste 5º Domingo da Páscoa. Pensando-se no significado do adjetivo “novo(a)” e dos diferentes sentidos que o termo pode assumir, vêm as perguntas: “O que garante a novidade de um mandamento apresentado por Cristo há mais de dois mil anos? Se um carro, uma casa ou uma roupa adquiridos como “novos”, depois de um ou poucos anos o deixa de ser, por que um ensinamento apresentado há tantos séculos ainda não pereceu?”

Talvez a resposta para estas dúvidas esteja na capacidade divina descrita no trecho do livro do Apocalipse, quando Aquele que está sentado no trono garante: “Eis que faço nova todas as coisas”. O caminho da novidade é, portanto, um caminho de compromisso “artesanal”. “Fazer nova todas as coisas” é um atributo de Deus que ele deseja partilhar com o ser humano, manifestando-o na capacidade de se re-encantar, na disposição para superar a provação, na coragem para vencer o sofrimento em vista de um bem maior, conforme constatam Paulo e Barnabé na 1ª Leitura, dos Atos dos Apóstolos: “É preciso que passemos por muitos sofrimentos para entrar no Reino de Deus” (At 14, 21b-27).

Cada vez alguém se propõe a um ato de amor, o mandamento de Cristo se faz verdadeiramente novo, nas atitudes mais simples, na disposição mais singela de quem, consciente de seus limites, se doa por inteiro num gesto amoroso, seja ele de perdão, de partilha, de acolhida, de serviço desinteressado e gratuito. Com sua Ressurreição, Jesus Cristo chama a todos para serem, com ele, construtores da novidade amorosa que é o Reino de Deus.

 

Frei Gustavo Medella

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