A grande obra sinfônica da criação

Para os cristãos, a criação é mais que o começo e um mecanismo. É uma relação contínua entre o Criador e as criaturas. A criação não acabou, pois ainda geme em dores de parto. Ela aconteceu no início, acontece no hoje e continua a manifestar-se. Se pudéssemos dizer de outro modo, em termos cristãos, a criação é como uma procriação.

Quem procria suscita diante de si mesmo alguém com personalidade própria. Não produz algo, mas, sobretudo gera alguém tirado do barro para ser pessoa. Alguém capaz de criar e ser cocriador com o Criador.

Um parceiro amado e querido na grande obra sinfônica de uma linda música universal. Alguém que, como criatura, toca seu instrumento musical peculiar, seguindo a partitura de Deus e realizando alguns movimentos, tons ou bemóis que alteram e confirmam a obra magna.

O ser humano não é uma marionete de seres celestes, como pensavam os gregos, nem um robô rebelde, como defendiam Jacques Monod, Diderot ou Voltaire. No princípio de tudo e de todos, está Deus. “O Espírito pairava sobre as águas” e cria pelo amor e na ternura da Trindade Santa, que se manifesta e gera vida e sentido.


Fernando Altemeyer Junior, “Silhuetas de Deus”, Editora Vozes.

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